UCCDF alerta sobre inchaço, sem planejamento, da densidade populacional do DF

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Entidade que reúne conselhos comunitários do DF alerta para o desrespeito às premissas urbanísticas que tornam a capital federal uma cidade única para se viver. (Ailton de Freitas)

Uma das maiores preocupações da União dos Conselhos Comunitários do DF (UCCDF) é com o inchaço, sem planejamento, da densidade populacional do DF. A regularização de condomínios nascidos a partir da grilagem desordenada de terras públicas aumentou consideravelmente a circulação de veículos, sobrecarregou a infraestrutura de muitas regiões e aniquilou grande parte das áreas verdes, maior patrimônio dos brasilienses.

Outros loteamentos são diariamente anunciados, causando dúvidas acerca do futuro da cidade que, sem fiscalização suficiente, tem permitido que sejam desrespeitadas as premissas urbanísticas que tornam Brasília uma cidade única para se viver.

Para Natanry Osório, uma das fundadoras da UCCDF e ex-administradora do Lago Sul (entre 2003 e 2006), é impossível, por exemplo, aumentar a densidade populacional do Lago Sul, considerando que a região já tenha alcançado o limite da infraestrutura básica, da rede de esgoto, de iluminação e de telefonia, além da infraestrutura para uma melhor mobilidade do trânsito. 

“Já atingimos o limite em todos estes âmbitos e temos um comércio local suficiente para abastecer a população. Não vemos sentido em abrir mão de áreas verdes – extremamente necessárias para recarregar nossos aquíferos – para atender à demanda do mercado imobiliário, que desconsidera as características criadas por Lúcio Costa e Niemeyer para a capital tombada, desde 1985, como Patrimônio Histórico, Artístico e Urbanístico da Humanidade”, afirma, lembrando que o ideal seria algumas regiões terem baixíssima densidade demográfica, haja vista, no caso do Lago Sul, a proximidade com APAs importantes como “Gama Cabeça de Veado” e “Paranoá”. Além disso, segundo ela, só nesta região, são ao todo nove Unidades de Conservação inseridas em área urbana com cerrado original – circunstância quase inédita no mundo. 

Natanry explica que a APA Gama Cabeça de Veado nasce na RA do ParkWay até a DF-035 / EPCV (QI 23 no Lago Sul). Dali surge a APA do Paranoá até o Parque Nacional, com córregos e ribeirões responsáveis pela sustentabilidade do Lago Paranoá.    

Para a UCCDF, a instalação, em áreas estritamente residenciais, de escritórios e empresas diversas, causando concorrência desleal com o comércio regularmente estabelecido; além de repartições públicas, sem a anuência dos vizinhos, configuram problemas graves a serem combatidos pelo governo.

A proposta é unir conselhos comunitários de todo o DF para que pensemos juntos em medidas resolutivas para estes problemas. “Propomos um diálogo com o governador Ibaneis, cuja agenda já foi solicitada. E estamos felizes com as declarações recentes do deputado Rafael Prudente e do secretário da Seduh-DF, Mateus Oliveira, que estão atentos a nossos pleitos”, afirma Natanry.  

Segundo ela, a UCCDF quer ser mais um braço da gestão pública, “que poderá contar com o olhar atento da comunidade, exercendo sua cidadania em favor do interesse coletivo e pelo bem comum”, finaliza. 

Lideranças comunitárias

Compõe a liderança da União dos Conselhos Comunitários do DF: Luiz Guilherme Jaganu, presidente do Conselho Comunitário do Lago Sul (CCLS); Natanry Osório, 1ª vice-presidente do CCLS e ex-administradora do Lago Sul; Viviane Becker, 2ª vice-presidente do CCLS; Antônio Matoso Filho, prefeito da Prefeitura Comunitária da Península Norte; Chico Sant’Anna, presidente da Associação dos Moradores e Amigos da Região do Parque Ecológico do Córrego do Mato Seco – AMAC/Park Way;  e José Jofre Nascimento, presidente da Associação Comunitária do Setor de Mansões Park Way.

Sobre a UCCDF – Além de defender os moradores das mais diversas regiões do DF, a União dos Conselhos Comunitários do DF (UCCDF) nasceu com a proposta de conscientizar a comunidade e trazê-la para o debate como forma de influenciar as decisões governamentais e legislativas, as quais devem respeitar o querer e o não querer das populações diretamente atingidas.

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