2021 chegou ao fim e, com ele, muitos aprendizados e reflexões para 2022 que se inicia. Os brasileiros lidaram com várias mudanças em diversos setores devido à pandemia, inclusive no meio empresarial, que, não é novidade para ninguém, teve grande volatilidade em seus resultados tanto financeiros quanto de empregabilidade e impacto.

Um dos temas mais em alta na atualidade, os negócios de impacto constituem-se em uma agenda que veio para ficar. Novas maneiras de fazer negociações surgem todos os dias e são fundamentais para uma sociedade mais justa e sustentável. Entre elas, estão os negócios de impacto, que têm ganhado cada vez mais relevância e são uma boa alternativa para empreendedores que almejam fazer mudanças significativas na sociedade.

Segundo a Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto, são quatros os princípios básicos para uma iniciativa ser considerada negócio de impacto ou negócio social. São eles: Compromisso com a missão social e/ou ambiental; compromisso com o impacto social e ambiental monitorado; compromisso com a lógica econômica; e compromisso com a governança efetiva. 

Deise Nicoletto é economista, pós-graduada em Administração Estratégica e fundadora do Impact Hub Brasília – que faz parte de uma rede global que conecta pessoas, marcas e empresas a causas de impacto que ajudam a transformar o Brasil e o mundo. Para ela, diante do cenário em que estamos vivendo, torna-se essencial atentar-se à forma de fazer negócios.

“Com cada vez mais problemas climáticos, sanitários, de escassez e fontes renováveis de água e incontáveis conflitos ambientais, o mundo precisa repensar muitas questões, inclusive o formato dos negócios e de que forma eles podem impactar positivamente a sociedade”, pontua. 

Seguindo em alta no ano que vem, os negócios de impacto, assim como os negócios tradicionais, devem gerar suas próprias receitas a partir da oferta de produtos e/ou serviços. A diferença é que ele está conectado com a intencionalidade de mudar, para melhor, o ecossistema do qual fazem parte. Tudo isso levando em conta a realidade local e o compromisso com o desenvolvimento coletivo. 

Diante disso, a economista destaca que é possível notar mais envolvidos, empreendedores e empresários no tema. “Não é mais possível fazer negócios sem atribuir a geração de impacto positivo a quem está envolvido. Cada vez mais se tem consciência ‘do todo e de todos’. É, inclusive, fazer transações que possam solucionar problemas socioambientais, o que inclui chamadas, editais, investimento e organizações olhando para essa forma de fazer negócios”, explica.

Por que se tornar um negócio de impacto?

Deise pontua que, daqui para a frente, só existe uma forma de fazer negócios: gerando resultados financeiros e que beneficiem a sociedade e não afetem de forma negativa o meio ambiente. Para isso, é importante se conectar com redes e pessoas que estão fazendo o mesmo, se aprofundar sobre as temáticas, entender o que é impacto, como criar indicadores e como mensurar. É importante saber também como ter indicadores de impacto que mostram a efetividade do negócio e, acima de tudo, resiliência, porque empreender no Brasil, por si só, já é um desafio.

“Você só conseguirá oferecer uma solução realmente interessante e efetiva se optar por um tema de que você goste e domine. Afinal de contas, o negócio social vai consumir boa parte do seu tempo. Por isso, é essencial que você acredite na causa e trabalhe com prazer”, detalha.

Ela esclarece ainda que é importante não deixar a empolgação e o entusiasmo com o produto ou serviço serem maiores do que os problemas que eles resolvem. “O foco precisa estar nos benefícios que sua solução levará para a sociedade”, finaliza.

Sobre o Impact Hub Brasília – O Impact Hub Brasília faz parte de uma rede global de espaços colaborativos, comunidades empreendedoras e programas que inspiram, conectam e escalam negócios de impacto. Conecta pessoas, marcas e empresas a causas de impacto que ajudam a transformar o Brasil e o mundo através de metodologias de inovação e desenvolvimento de negócios. Os espaços inovadores dos Impact Hubs dão suporte aos programas, ao ecossistema de impacto e geram conexões entre as pessoas, iniciativas e projetos.