Pesquisa mostra que metade da população aprova a criação de Imposto Único

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Neste momento, os brasileiros se mostram relativamente divididos sobre algumas questões que envolvem a Reforma Tributária. Metade da população (51%) aprova a criação do Imposto Único sobre Movimentação Financeira (IMF), enquanto 36% desaprovam a proposta. Outros 13% não sabem ou não respondem à pergunta.

Aqueles com renda familiar mais alta e maior escolaridade se mostram mais otimistas e mais bem informados sobre o tema Reforma Tributária. Possuem conhecimento sobre a criação do IMF, mas se destacam entre aqueles que não acreditam que este imposto, substituindo os demais, seja uma boa solução para o país

A população com renda familiar mais baixa e os menos escolarizados se mostram um pouco mais pessimistas, desconhecem as discussões que estão ocorrendo e em algumas situações ainda não possuem uma opinião formada.

Os dados fazem parte de uma pesquisa encomendada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) ao IBOPE Inteligência sobre o entendimento da população acerca da Reforma Tributária

Sobre as discussões que envolvem o tema, mais de sete em cada dez (72%) julgam a Reforma como importante ou muito importante para o país, enquanto 20% a consideram sem importância (pouco ou nada importante). Somam 8% aqueles que declaram que não sabem ou optam por não responder.

Sobre o grau de conhecimento sobre a Reforma, 46% dos entrevistados afirmam que estão um pouco informados, ao passo que 40% dizem estar nada informados. Um em cada dez entrevistados considera que está muito informado sobre o tema e 3% não sabem ou não respondem. Entre os mais informados se destacam aqueles com idade entre 35 e 54 anos, os que possuem Ensino Superior, os moradores de municípios com mais de 500 mil habitantes, residentes em capitais, e aqueles com renda familiar mais alta. Já entre os que se consideram nada informados, se destacam as mulheres, os entrevistados com idade acima de 55 anos, os menos escolarizados, os residentes das regiões Norte/ Centro-Oeste, as pessoas que moram no interior, aqueles que residem em municípios pequenos (até 50 mil habitantes) e os que possuem renda familiar mais baixa.

A pesquisa também revela que parte da população (41%) acredita que, com a aprovação da Reforma, os brasileiros pagarão mais impostos – percepção maior entre as mulheres, entre aqueles com idade entre 45 e 54 anos, os menos escolarizados, os residentes na região Nordeste, os moradores da periferia, e aqueles com renda familiar mais baixa.

Entretanto, uma parcela importante dos entrevistados se mostra pouco mais otimista em relação à aceleração econômica e à oferta de empregos. Caso a reforma se concretize, 30% acreditam que haverá aceleração do crescimento econômico, mesma proporção que considera que a economia vai se manter como está. Para 24% haverá retração na economia e 16% não sabem ou não respondem à pergunta. Quase quatro em cada dez entrevistados (39%) afirmam que, com a aprovação da Reforma Tributária, vai aumentar a oferta de empregos, enquanto 26% consideram que a oferta de empregos não vai se alterar. Para 25% dos brasileiros, a oferta de empregos vai diminuir e 9% não sabem ou optam por não responder

Imposto Único

Pouco mais de dois terços dos entrevistados (67%) não tinham conhecimento sobre a proposta de eliminar os quase cem tributos existentes e substituí-los pelo IMF. Três em cada dez respondentes já tinham conhecimento, e 2% não sabem ou não respondem

Mesmo assim, quase seis em cada dez brasileiros (59%) acreditam que a substituição de todos os impostos pelo Imposto Único seria uma boa solução para o país (28% acreditam que esta não seria uma boa solução para o país e 14% não sabem ou não respondem).

Neste contexto, Alfredo Cotait, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado (Facesp), destaca que, ao passo que metade da população aprova a adoção do Imposto Único, 67% desconhecem o tema.

Na avaliação da ACSP, de uma forma geral, os brasileiros entendem a importância da Reforma Tributária, mas ainda estão à margem das discussões que ocorrem sobre o assunto.

“Isso nos leva a crer que precisamos ampliar o debate e não o deixar restrito ao nosso Congresso. É dessa forma que a população poderá esclarecer se se trata de um imposto viável ou não”, diz.

No que se refere à transparência e simplificação da legislação, Cotait cita as alterações propostas pela PEC 45 que, no entendimento da entidade, não simplificam o sistema tributário por estabelecer duas regras de transição em dez anos.

Valor x Qualidade dos Impostos

A grande maioria da população (87%) acredita que os impostos pagos no Brasil são muito elevados para a qualidade dos serviços públicos prestados, 3% acham o valor pago adequado e 5% acreditam que o valor pago é baixo ou muito baixo. Somam 4% aqueles que não sabem ou não respondem.

“A população desconhece a importância dessa reforma para o futuro e desenvolvimento do país, e de tudo o que é necessário para subsidiar a resistência dos negócios”, diz Cotait. “Precisamos ter bom senso para realizar essa reforma tributária. Senão, é melhor deixar como está”.

Metodologia

A pesquisa sobre a Reforma Tributária, realizada entre os 19 e 22 de setembro de 2019, entrevistou de 2.002 pessoas, em todo o país e representa a opinião do brasileiro com 16 anos e mais. O método da coleta de dados se deu por meio de um questionário estruturado, através de entrevistas face a face e domiciliares.

A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra, considerando um nível de confiança de 95%

Todos os questionários foram submetidos a um teste eletrônico de consistência para verificação de coerência das respostas.

Com informações do Jornal de Brasília

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