Além do Chocolat Glacé, a empresária administra os restaurantes Parque Boucherie, Quitanda, Caponata e Tempero e Sabor, todos na Asa Sul. Para isso, conta com a ajuda da filha Fernanda Aranha, 33. Normalmente, Fernanda trabalha no Chocolat Glacé e gerencia a parte de eventos, enquanto Tânia reveza o tempo entre os outros restaurantes. Desde que se aposentou, há cinco anos, o marido de Tânia, Ivair Aranha, também auxilia nos negócios.
Engajada desde cedo
“Quando o Chocolat Glacé inaugurou, eu tinha oito anos de idade. Eu e minha irmã sempre vínhamos para cá brincar depois da escola”, relembra Fernanda. Ela conta que escolheu cursar administração para dar continuidade aos negócios da família. “Durante a faculdade, eu saía do UniCEUB (Centro Universitário de Brasília) e vinha para o restaurante. Depois que me formei, aos 21 anos, comecei a ficar aqui integralmente”, relata. “Foi aí que descobri minha paixão e talento mais pela área de eventos do que pelo restaurante em si.”
De acordo com Tânia, o apoio da filha é fundamental para o sucesso dos negócios. “A Fernanda sempre esteve comigo nessa jornada. Nos últimos dez anos, ela tem comandado a área de buffet sozinha”, comenta. “Eu praticamente não sei quais festas organizamos mais. Quando vejo, elas já estão prontas e são um sucesso”, acrescenta.
Trajetória
Antes de abrir o primeiro restaurante, Tânia, que é formada em psicologia pela Universidade Federal de Goiás (UFG), havia trabalhado como psicóloga por dez anos e como corretora de imóveis, por quatro. Ela decidiu comprar a loja no Brasília Design Center para investir. “Eu não sabia nada de gastronomia. Comprei esse café para depois vender o ponto e ficar com o imóvel. Mas aí eu me apaixonei e trabalho com isso há 25 anos”, conta.
No começo, o Chocolat Glacé era um café. Entretanto, ao perceber que, no shopping, só havia lojas de decoração, Tânia entendeu que transformá-lo em um restaurante seria um bom negócio. “Eu comecei fazendo comida na minha casa e trazendo para cá. Na época, eu trazia porções para 20 pessoas, depois, a demanda aumentou para 30, 40, 50 e assim por diante”, relata. “Havia mais caixas de verduras na sala da minha casa do que móveis. Meu marido começou a ficar incomodado”, brinca.
O negócio cresceu e fez tanto sucesso que a goiana decidiu investir em outros restaurantes. Durante essa jornada, também foi convidada para administrar o setor de alimentos e bebidas de um hotel que havia sido recém-inaugurado em Brasília, onde trabalhou por cinco anos.
Paixão por pessoas
Em todas as profissões que exerceu, Tânia pôde fazer o que ama: lidar com pessoas. “Quando eu trabalhava como corretora, ganhava, em média, R$ 5 mil de comissão ao vender um imóvel. Aí eu vinha para o Chocolat Glacé — que, na época, era confeitaria —, vendia uma coxinha e sentia a mesma felicidade”, relembra. “Foi aí que eu tive a certeza de que não gostava de dinheiro, mas de atender e trabalhar com gente”, acrescenta. “Eu gosto tanto que, hoje, meu maior bem são meus funcionários e meus clientes, sem falar na família, evidentemente.”
Inclusive, a dica da empresária para quem quer abrir o próprio negócio é ser apaixonado por pessoas. “Quando você tem cuidado com seus clientes, é muito difícil dar errado. Antes de iniciar qualquer negócio, pense no tanto que você gosta de lidar com gente. Se você gostar muito, vai em frente, que vai dar certo!”, aconselha.
Com informações do Correio Braziliense | Foto: Nícolas Braga/Esp. CB/D.A Press