Acidentes de trânsito são responsáveis por grande parte das mortes contabilizadas no Brasil. Segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, em 2017, 34.236 pessoas morreram em colisões e atropelamentos. Os números chamam atenção para a necessidade de prevenção e do monitoramento preciso dos tipos de acidentes nas localidades de maiores ocorrências. Foi com essa ideia que os alunos do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário IESB, Patrícia Lima Santos, de 23 anos, e seu colega, Gabriel Tavares Santana, produziram uma pesquisa científica que mapeou acidentes de trânsito nas principais vias de acesso do Distrito Federal (DF) com o uso de ferramentas de sistema de informação geográfica.
A pesquisa concluiu que rodovias como o Pistão Sul, em Taguatinga, têm grandes possibilidades de atropelamentos, assim como no início do Eixão Sul, na altura das quadras 2 e 4. Já na DF-250, próximo ao Paranoá, o que chama atenção é o número de colisões. Para Patrícia Lima, o estudo pode ajudar a pensar sugestões que evitem acidentes. “Eu acredito que com o mapeamento feito, fica mais fácil de visualizar as vias e os pontos onde tiveram mais acidentes e, assim, propor soluções mais específicas para cada local”, analisa a aluna.
Um exemplo citado por ela é referente ao Pistão Sul. Como foram registrados muitos atropelamentos naquela via, uma sugestão é acrescentar mais uma passarela ou iniciar uma campanha de conscientização para que as pessoas utilizem mais a estrutura. “Às vezes, os pedestres não atravessam pela passarela por preguiça. Aí arrisca a vida”, diz.
Metodologia
Os estudantes de Engenharia Civil coletaram dados do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (DETRAN – DF) por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Segundo a Gerência Estatística de Acidentes de Trânsito do órgão, de 2013 a 2017, ocorreram 47.775 acidentes de trânsito com feridos e óbitos. Quando se trata apenas de casos fatais em rodovias distritais, o número cai para 709 casos.
Os dados fornecidos pelo Detran mostraram pontos de referência e o endereço aproximado de cada acidente. Com essas informações, os alunos conseguiram precisar na plataforma “Google Earth” os exatos lugares dos acidentes. Por fim, eles utilizaram a plataforma QGIS – um Sistema de Informação Geográfica (SIG) de Código Aberto completamente gratuito – para mapear o resultado encontrado.