Pandemia e a “escola do Século XXI”

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"Momento esse em que professores deixaram de ser simples "expositores" de conteúdo e passaram a exercer o papel de mediadores digitais" (Imagem: Freepik)

*Por Itla José de Almeida

O ano de 2020 foi um marco para a educação em todo o mundo. Deixamos de operar um modelo mais tradicionalista e praticamente de um dia para o outro fomos projetados para quase 10 anos (ou mais) à frente. Momento esse em que professores deixaram de ser simples “expositores” de conteúdo e passaram a exercer o papel de mediadores digitais, assumindo papéis, como youtubers e/ou influenciadores.

Não podemos negar que esta transição repentina causou desconforto, inquietação e muitos questionamentos sobre os rumos da educação no nosso país; sobre o papel da escola e dos professores na vida dos alunos. Vivemos verdadeiros dias de disrupção na educação, que nos ofereceram muitas oportunidades de aprendizado, crescimento e mudança de mindset.

Penso ser relevante refletirmos sobre a contribuição da pandemia para a “escola do Século XXI” e, em especial, sobre o novo ensino médio, que de acordo com a Lei nº 13.415/2017 deverá ser implantado até o ano de 2022. 

Esta reflexão perpassa por alguns questionamentos iniciais, tais como: No modelo de ensino tradicional é possível desenvolver as habilidades e competências estabelecidas pela Base Nacional Comum Curricular do novo EM? Os nossos adolescentes (Geração Z) conseguirão ficar seis horas ouvindo os professores ministrarem conteúdos em um esquema de aula tradicional? As escolas trabalham efetivamente com o olhar para o aluno e o desenvolvimento de suas habilidades e competências? Existe interdisciplinaridade nos componentes curriculares no sistema tradicional? O novo ensino médio contribui para tornar nossos jovens mais reflexivos e críticos? Se não fosse a pandemia estaríamos preparados para implantar as mudanças no ensino médio?  

Todos esses questionamentos nos fazem pensar como o novo ensino médio traz mudanças significativas que incluem aumento da carga horária, uma nova organização curricular, a oferta de itinerários formativos que devem ser organizados a partir dos quatro eixos estruturantes (investigação científica; Processos Criativos; Mediação e Intervenção Cultural e Empreendedorismo) e a implantação da base nacional comum curricular e o projeto de vida.

 Vejo, portanto, o novo ensino médio como um celeiro de oportunidades para a comunidade acadêmica (escolas, professores e alunos) atender às demandas estabelecidas pelo mundo contemporâneo, para assim apoiarmos os jovens, bem como ensiná-los a se posicionar frente às complexidades decorrentes do período em que nos encontramos. Quem sabe dessa forma possamos reduzir o distanciamento entre escola e realidade, e consequentemente, entre educação e mercado de trabalho. 

*Itla José de Almeida – Coordenadora Administrativo e Pedagógica do Colégio ALFA.

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