A Arezzo anunciou na última sexta-feira (23) a compra da Reserva. A negociação envolveu o pagamento à vista de R$ 175 milhões e mais R$ 50 milhões daqui um ano. Segundo a empresa, os outros R$ 490 milhões serão pagos em ações. Desse modo, a compra soma R$ 715 milhões. Sendo que, o financiamento foi feito pelo próprio caixa da companhia, sem a necessidade de contrair uma nova dívida.
Assim, segundo a diretora de Relações com Investidores da companhia, Aline Penna, “há colchão para outros movimentos que não devem ser dessa magnitude”. De acordo com dados do segundo trimestre deste ano, a companhia teria cerca de R$ 500 milhões em caixa, o que dá e sobra para arcar com esse primeiro pagamento.
O presidente da Arezzo, Alexandre Birman, declarou que o movimento se trata de uma incorporação e da criação de um novo braço. A Reserva passa a se chamar Ar&Co e os executivos do primeiro escalão têm lugar cativo na companhia.
“Tecnicamente é uma compra, mas, de fato, não é. Porque os gestores, fundadores e sócios são automaticamente sócios e líderes da Arezzo&Co. Com autonomia grande no vestuário e no lifestyle”, disse em entrevista ao Broadcast Estadão.
A transação, contempla as seis marcas do grupo – a própria Reserva, Reserva Mini, Oficina Reserva, Reserva Go, EVA e INK. A aquisição ampliará o portfólio da Arezzo&Co para 13 marcas e consolidará a estratégia grandiosa da companhia de se tornar uma house of brands.
Dentre os planos para o novo núcleo está expandir o modelo de franquias para as marcas da Reserva.
“A geração de caixa faz parte do nosso modelo de negócios. Não precisamos de capital intensivo para crescimento. Isso a gente pretende manter e adicionar através de crescimento de franquias no grupo Reserva”, disse Birman.
Arezzo no omnichannel
O Grupo Reserva conta hoje com 78 lojas próprias e 32 franquias, além de estar presente em 1,5 mil multimarcas. Em 2019, o Grupo Reserva faturou R$ 400 milhões. Durante a crise, a empresa viu seu faturamento cair 75% com o fechamento das lojas.
Durante o mês de junho, o sócio fundador Rony Meisler afirmou que voltou a vender próximo aos 100% em relação aos números de 2019, atingindo cerca de 120% nos meses seguintes. Após a conclusão da transação, a agora AR&Co terá Meisler como CEO da operação.
Quanto à lenta recuperação do setor de vestuário, indicada por analistas, Birman afirma que os números do terceiro trimestre da Arezzo devem mostrar uma realidade diferente. “Nossa recuperação está em linha com o que havíamos previsto, principalmente quando olhamos a questão omnichanel (multicanalidade)”, afirmou à publicação.
Um relatório recente do banco Citi reduziu as estimativas de vendas para 2021 e 2022 da companhia “em função da recuperação mais lenta das lojas”, o texto dizia que não se esperava que o e-commerce em ascensão compensasse essa lenta retomada. Ainda assim, o crescimento das vendas digitais foi ressaltado.
Com informações do Estadão