Em meio à pandemia do novo coronavírus, com serviços e mobilidade limitadas – e alguns consumos ampliados -, reclamações ao Procon do Distrito Federal se tornaram mais recorrentes. De janeiro a agosto de 2020, os bancos lideraram o crescimento de denúncias ao órgão, somando 1.522 problemas registrados por consumidores brasilienses. O efeito pandemia fez o setor saltar para segundo lugar no ranking geral, liderado por questões de telefonia celular e internet, que já é campeão de reclamações desde antes das complicações econômicas causadas pela covid-19.
Segundo o diretor geral do Procon/DF, Marcelo Nascimento, as reclamações da telefonia celular, que também englobam a parte da internet, não estão relacionadas à pandemia da covid-19, visto que já costumam ser o maior número em outros anos. Já as reclamações em relação aos bancos seriam devido a problemas com SAC, por resoluções de demandas, ausência de resposta, excesso de prazo e a não suspensão imediata das cobranças. O órgão estima que entram nessa conta também as negociações necessárias dada a dificuldade de pagamento de cartão de crédito durante a pandemia.
Nascimento aponta ainda problemas comuns desse período que vão desde dificuldades com compras online até o aumento abusivo de produtos de higiene. “Álcool em gel, água sanitária, máscaras e muitos alimentos também subiram muito o preço no começo do isolamento físico. Observamos esse aumento principalmente nos preços do feijão, arroz, leite e queijo. Também houve um grande aumento de preço em produtos de materiais de construção, como cimento, vergalhão e cimento.”
No ranking geral, a medalha de bronze coube às instituições de ensino, incluindo escolas e universidades particulares. No início da pandemia, muitos pais tiveram dificuldades com manutenção das aulas e com a rescisão ou alteração unilateral de contratos. O mesmo problema afetou parte das academias do Distrito Federal.
Mudança de modo e foco
Segundo o Procon/DF, a maioria das denúncias foram feitas pela internet. “Tendo em vista que quando houve fechamento dos lugares em função do decreto do GDF, nós disponibilizamos canais online de atendimento tanto para abertura de reclamação quanto para orientação de consumidor. As atividades de atendimento ao consumidor permaneceram e o consumidor continuou abrindo reclamação e procurando orientações”.
Entre janeiro e agosto de 2019, não apenas o ranking, mas o volume de reclamações eram bastante diferentes. Os temas mais reclamados foram telefonia celular, com 2.200 registros, estabelecimento comercial, com 1.855, e telefonia fixa com 1.755 reclamações.
Com informações do Correio Braziliense