Atualmente, o Brasil tem o quinto maior mercado mundial de food service e o potencial de crescimento permanece grande, movimentando 208 bilhões em 2022, segundo dados da Associação Brasileira de Indústria Alimentícia (ABIA).
As empresas de alimentação, como restaurantes, lanchonetes e cozinhas industriais, desempenham um papel fundamental na sociedade, oferecendo refeições e promovendo a gastronomia. No entanto, a gestão inadequada do descarte de óleo utilizado na preparação dos alimentos tem se tornado uma preocupação ambiental crítica.
Um litro de óleo de cozinha pode contaminar até 25 mil litros de água. Isso ocorre porque as substâncias presentes no óleo não se dissolvem na água, criando uma camada na superfície que impede a troca gasosa, resultando em descontrole do oxigênio dissolvido. Essa alteração no equilíbrio do oxigênio é prejudicial para a fauna aquática, levando à morte de peixes e outras espécies. A presença de óleo nos cursos d’água também compromete a qualidade da água, tornando-a inadequada para consumo humano e animal, além de dificultar seu tratamento nas estações de saneamento.
Segundo Carlos Jr, o CEO de uma das maiores redes de fast food do país, a Frango no Pote, uma loja menor da rede utiliza em média 16 baldes de óleo, enquanto uma loja maior utiliza 30 baldes em média por mês, onde cada balde tem 15,8 litros. “Cada unidade do Frango no Pote utiliza, em média, de 250 a 480 litros de óleo por semana. Com 70 lojas espalhadas por 17 estados brasileiros, isso representa um volume significativo de resíduos, podendo chegar até 200 mil litros de óleo todos os meses. Através da escolha consciente em cuidar desse resíduo, firmamos uma parceria com uma empresa especializada em reciclagem, onde todo o óleo utilizado é recolhido e processado adequadamente para transformá-lo em sabão, biodiesel, tintas e outros produtos”, afirma.
Para Carlos, outras medidas precisam e devem ser adotadas a cada abertura de empresa, e reaplicada constantemente junto à equipe. Diante desses riscos, é imperativo que as empresas de alimentação adotem práticas adequadas para o descarte de óleo. Algumas medidas recomendadas incluem:
Recolhimento e Reciclagem: Parcerias com empresas especializadas na coleta e reciclagem de óleo, que transformam o resíduo em biodiesel, sabão e outros produtos.
Educação e Treinamento: Capacitação dos funcionários sobre a importância do descarte correto do óleo e os métodos apropriados para armazená-lo até a coleta.
Instalação de Sistemas de Tratamento: Implementação de equipamentos e sistemas que auxiliem na separação e tratamento do óleo residual antes do descarte.
Conscientização: Promoção de campanhas internas e junto aos clientes sobre os impactos ambientais do descarte inadequado de óleo e as práticas sustentáveis adotadas pela empresa.
“A adoção dessas práticas não apenas contribui para a preservação do meio ambiente, mas também demonstra o compromisso das empresas de alimentação com a sustentabilidade e a responsabilidade social. A mudança de comportamento é essencial para garantir um futuro mais saudável e equilibrado para todos”, continua o CEO.
Além da reciclagem de óleo, o Frango no Pote adota outras práticas sustentáveis. Os sacos SOS utilizados no serviço de delivery possuem o selo FSC (Forest Stewardship Council). Este selo certifica que a matéria-prima utilizada na fabricação dos sacos provém de florestas manejadas de forma responsável, assegurando a sustentabilidade dos recursos naturais. A certificação FSC é uma das mais reconhecidas globalmente, promovendo práticas florestais que conservam a biodiversidade e beneficiam a vida das comunidades locais.
Adicionalmente, todas as embalagens utilizadas pela rede são biodegradáveis, um compromisso que reforça a responsabilidade ambiental. As embalagens biodegradáveis são projetadas para se decompor mais rapidamente e com menor impacto ambiental em comparação com as alternativas tradicionais de plástico.
“As práticas adotadas exemplificam como as empresas podem integrar princípios de sustentabilidade em suas operações cotidianas, contribuindo para a proteção do meio ambiente enquanto mantém sua competitividade no mercado. A conscientização e a ação efetiva em relação ao descarte de resíduos e ao uso de materiais sustentáveis são passos fundamentais para um futuro mais verde e responsável”, finaliza Carlos Nepomuceno Jr.
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