Chega ao fim o auxílio emergencial. E agora?

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O executivo Rondinely Leal analisa o benefício pago pelo Governo Federal em 2020 e os possíveis efeitos do fim do auxílio emergencial (Foto: Freepik)

*Por Rondinely Leal

O mês de dezembro chegou e com ele também chegou ao fim o maior programa de distribuição de renda do mundo, segundo dados da Secretaria de Comunicação do Governo Federal. Ao término do programa terão sido mais de R$320bilhões injetados, assim distribuídos: 11% região norte, 35% nordeste, 7% centro oeste, 37% sudeste e 10% para a região sul.  Ao todo foram alcançados R$68 Milhões de pessoas, das quais uma parcela considerável o governo mal sabia da sua existência. 

O benefício ora concedido veio em momento muito importante, uma vez que em função das medidas de restrições estabelecidas por boa parte dos Estados e Municípios brasileiros, houve um desaquecimento da economia. Aumentou o número de desemprego e ruptura de negócios e empreendimentos, assim o consumo despencou.

Os números do benefício e seu alcance foram tão surpreendentes que o Governo Federal lançou, no dia 18 de novembro do corrente ano, um minidocumentário para demonstrar como o auxílio emergencial impactou a vida dos brasileiros e como foi importante sua manutenção até aqui.

Mas como se trata de um benefício provisório emergencial, o Governo já sinalizou e definiu que não haverá nova prorrogação. Alguns parlamentares até apresentaram projetos para extensão do benefício, porém não foram vistos com bons olhos pelo mercado internacional de investimento, principalmente se não houver cortes de gastos e consequente andamento das reformas administrativas e tributárias.

Com o auxílio emergencial e os decretos de suspensão parcial de contrato de trabalho foi possível manter a renda média brasileira ainda em patamares considerado satisfatórios. O auxílio ajudou a não aumentar a diferença entre pobres e ricos no País, o que pode ser verificado pelo índice que mede a desigualdade. O receio é que com o fim do benefício, a economia ainda fragilizada e o aumento do desemprego, possamos voltar a patamares de 4 décadas atrás na questão de distribuição de renda.

O fato é que o Governo está muito preocupado em encontrar e apresentar alternativas que sejam factíveis para estruturar uma melhora em seus programas de distribuição de renda já existentes pois ficou evidenciado o aumento da popularidade do presidente durante esse período.

Os dois primeiros trimestres de 2021 irão dizer muito sobre o que podemos esperar desse Governo para os 2 anos restantes de mandato. A população, de uma maneira em geral, acredita e continua otimista que ainda podemos avançar mesmo com a presença da pandemia em nossas vidas.

O ano de 2020 ainda não acabou, estamos esperançosos por algum alento que nos traga de volta a nossa vida ao normal. Boa parte de nossa população está pedindo para acabar logo esse ano, mas antes de projetar 2021, querem mesmo é sobreviver até o final de 2020.

*Rondinely Leal – Executivo com 20 anos de experiência em gestão, com atuação em grupos nacionais e multinacionais. Contador por formação com especialização em análise e auditoria, MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria. Professor e consultor.

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