Clube de Permuta desponta como opção em tempos de pandemia

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Em Brasília desde 2017, o Clube de Permuta conta com 135 empresas associadas. Presente em 23 cidades brasileiras, o empreendimento, que foi fundado em 2012, em Belo Horizonte, diferencia-se pelas relações de negócios que se dão através da troca multilaterais de produtos, sem desembolso de dinheiro entre as partes. Ao longo desses anos, já movimentou mais de R$180 milhões em negociações. Em tempos de pandemia, com os negócios rodando numa intensidade bem mais baixa no mercado, a plataforma tem sido grande aliada dos associados, uma vez que possibilita aquisição de bens de consumo e serviços sem o comprometimento da receita empresarial ou doméstica.

“Muitas empresas estão se associando, ainda mais agora durante a crise financeira em decorrência das ações de contenção da COVID-19, o que redobra nossa responsabilidade em checar a idoneidade da empresa, que é um dos passaportes para compor o grupo, ao lado da indicação de quem já é associado. No Clube de Permuta o empresário tem a oportunidade de continuar vendendo seus produtos e pode se relacionar com os outros associados de forma virtual. O fundamento do Clube de Permuta é o relacionamento que, definitivamente, não acabou, mas se intensificou nos meios digitais”, afirma Francisco Nunes, franqueado do Clube de Permuta, no Distrito Federal.

Leonardo Bortoletto, fundador do Clube de Permuta, defende que a permuta multilateral pode ajudar as empresas neste momento crítico na economia. Segundo levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mais de 30% das empresas de todos os setores já experimentam as consequências da pandemia sobre seus negócios. Então, o desafio é buscar medidas para mitigar esses efeitos. “Fizemos um levantamento de custos e despesas de uma empresa e concluímos que eles podem ser limitados em até 50% a partir das transações por permuta”, informa Bortoletto.

É uma avaliação que vem se comprovando no dia a dia do Clube. Francisco explica que, neste momento, os associados prestadores de serviços essenciais à manutenção das empresas têm sidos os mais solicitados. A proposta é cortar custos sem comprometer o caixa com pagamentos mensais, direcionando o dinheiro para situações, realmente, emergenciais. “Estamos intermediando, principalmente, contratos na área de contabilidade, advocacia, medicina e segurança do trabalho, marketing, assessoria de imprensa”. Igualmente, empresas que, porventura, estejam fechadas, também estão se beneficiando, pois se não podem vender no momento, têm o poder de continuar consumindo através do clube, inclusive bens que possam ser repassados a seus colaboradores.

Com ou sem crise, a entrada no Clube possibilita a aquisição de produtos e serviços muitas vezes inacessíveis fora da plataforma. “Os associados ficam ‘corajosos’ e realizados, pois fazem negócios que poderiam ficar inviáveis se a moeda envolvida fosse o Real e não a troca. Casos como a contratação de assessoria de imprensa, que normalmente são feitas por empresas de grande porte, ficam viáveis no Clube de Permuta, bem como a compra de imóveis e automóveis, cirurgia plástica, cursos, procedimentos estéticos, serviços de arquitetura e decoração, contratação de festas completas, suporte tecnológico para eventos corporativos…”, enumera Francisco diretor.

Por ora, porém, o foco do Clube de Permuta está em ajudar e mostrar caminhos ao associado para diminuir o custo operacional e se adaptar ao momento com as ferramentas necessárias para se manter em atividade ou diminuir os custos, até a tempestade passar.

COMO FUNCIONA

A prática é antiga, mas o Clube de Permuta a normatizou e modernizou. O fundador Leonardo Bortoletto conta que a ideia surgiu quando tinha uma empresa de tecnologia e costumava fazer permuta com fornecedores. “Eu trocava serviço meu por serviços ou produtos de outras empresas. Só que eu sempre tinha uma sobra para usar e comecei a passar essa sobra para outros parceiros. Isso começou a ficar frequente, até que vi que havia ali uma oportunidade”, conta Leonardo.

O diferencial está nas trocas multilaterais. Ou seja, a empresa A pode comprar da B independentemente se a B comprou da A. Com bons negócios realizados pelos associados dentro de regras muito bem estabelecidas e viabilizadas através de uma moderna plataforma digital, o Clube de Permuta ajuda a vencer o estigma em relação à prática. O preconceito que existe se explica muito em razão da forma como, muitas vezes, a troca é feita, informalmente, onde as vantagens acabam não sendo equilibradas para as partes.

“Para explicar de forma prática: um associado que é dono de uma loja de móveis pode contratar uma empresa para fazer a contabilidade da sua empresa em forma de permuta. Este mesmo empresário pode entregar os móveis dele para abastecer a empresa do contador ou outra qualquer que esteja na plataforma e tenha interesse pelo seu produto”, exemplifica o empreendedor.

As transações funcionam como uma conta corrente em que clientes acumulam créditos ou débitos na moeda do Clube de Permuta, o Permutz. Todas as informações sobre limites, saldos e extratos, assim como em um banco, são disponibilizadas na plataforma. Todas as empresas associadas são criteriosamente avaliadas antes de receberem a sua linha de crédito. A cada compra e venda realizada os associados pagam um percentual do valor da transação para o Clube de Permuta.

CONFIRA CINCO VANTAGENS DA PERMUTA EM TEMPOS DE PANDEMIA

1. A permuta pode ser benéfica para o fluxo de caixa da empresa

Quando uma empresa troca aquilo que ela tem, seu produto ou serviço, por algo que precisa, ela não altera o caixa e o preserva. Além disso, se a empresa tem algum gasto nessas operações, é apenas o preço de custo daquilo que ela oferece.

2. As trocas multilaterais podem contribuir para a manutenção de funcionários

Além da manutenção dos funcionários estar diretamente ligada à preservação do caixa da empresa, é preciso considerar as necessidades dos mesmos. Nesse sentido, dentro de um ambiente de permuta multilateral, você pode adquirir algo da necessidade de seu colaborador, no momento em que ele precisa, e fornecer a ele, como se fosse uma antecipação do salário.

3.Apesar do cenário, é um bom momento para se associar

Segundo Bortoletto, quando uma empresa se associa ao Clube de Permuta, passa por uma análise detalhada de todas as suas despesas e para verificar o potencial de venda de seu produto ou serviço. Baseado nesse estudo, o associado recebe um limite de operações, uma espécie de autorização para começar a fazer as compras e vendas na plataforma. Se associando agora, a empresa já consegue fazer a aquisição de alguns bens, produtos ou serviços que são interessantes para ela, preservando o caixa em um momento superimportante e complicado para a economia global.

4. A permuta é vantajosa para a economia local de uma cidade

Ainda de acordo com Leonardo, as transações feitas no Clube de Permuta fomentam a economia local, pois só existe uma unidade do Clube por cidade e os associados são todos locais. Quando as trocas acontecem entre pessoas que já se relacionam de alguma maneira, dentro de um ambiente que elas têm em comum, elas fazem negócios melhores, individualmente, e a roda da economia na cidade gira e ganha força.

5. As transações por meio de permuta podem contribuir para a reestruturação da empresa pós período de isolamento social

O fim do isolamento social trará consigo algumas mudanças importantes em todo o mundo. As necessidades por alguns serviços serão maiores, como os de tecnologia, consultorias, implementação de novas tecnologias, de gestão e de RH, por exemplo. Com a permuta, a empresa consegue fazer tudo isso preservando o caixa da empresa, o que pode ser crucial para sua manutenção depois de um período tão difícil.

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