Desbloquear a tela, abrir a Play Store ou a Apple Store, baixar um aplicativo de algum banco de investimentos, criar uma conta e aplicar. Com esses cinco passos, é possível iniciar um investimento sem muitas dificuldades. Não à toa, o número de investidores no Brasil cresce. De acordo com dados da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), a base total de aplicadores dessa modalidade cresceu 150% em três anos. O principal motivo: aumento do acesso à informação.
Com canais no Youtube que dão dicas de investimentos e influenciadores digitais que ensinam por meio das redes sociais como aplicar, mais pessoas se sentem confortáveis de iniciar um planejamento de investimentos. Além disso, o contexto socioeconômico com viés reformista em que o país se encontra propõe uma série de mudanças na vida dos brasileiros. Isso impacta na forma como as pessoas passam a enxergar o dinheiro.
O plano é diversificar as formas de investir. A poupança atualmente conta com um rendimento muito baixo (em 2019, a caderneta registrou entrada líquida de R$ 13,4 bilhões, menor resultado em três anos). E deve continuar assim. A taxa básica de juros (Selic) é prevista para se manter em 4,25% no ano de 2020, segundo relatório Focus, publicado toda segunda-feira pelo Banco Central. Como a poupança rende de acordo com a taxa Selic, a previsão para os rendimentos também é baixa.
Essas e outras avaliações precisam ser feitas antes de se decidir que tipos de investimentos se deseja fazer. Existem diferentes perfis de investidores (dispostos a correr mais risco e outros mais resguardados) que tem objetivos diversos. É importante, portanto, estar acompanhado de um profissional capacitado para auxiliar na escolha mais assertiva de aplicações.
Por exemplo, muitas pessoas entendem que é necessário ter um montante grande para poder investir. Mas não é bem assim. “Um economista ou um consultor econômico tem de passar para seus clientes que não há valor mínimo para se aplicar, ou seja, o chamado investir tem o significado de utilizar da melhor forma seus recursos”, explica o coordenador do curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário IESB, Riezo Almeida.
Almeida indica que é possível, sim, utilizar aplicativos de smartphone para auxiliar nos investimentos. Mas, é necessário cuidado. Uma pesquisa da origem do aplicativo em questão é importante para verificar a sua credibilidade. Além disso, muitas corretoras já conhecidas têm seus próprios aplicativos.
Dicas do especialista
Aos que preferem poupar dinheiro de forma tradicional, sem correr muitos riscos, Riezo Almeida indica dois tipos de investimento: Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). “Além disso, para quem está começando, sempre é indicado aplicar no Tesouro Direto”, recomenda.
Para quem tem um perfil mais arrojado, com o objetivo de obter retornos maiores em menor espaço de tempo, o professor aponta investimentos em criptomoedas, como o Bitcoin. “Há uma tendência de investimentos nessa área, mas é preciso um bom estudo. Tem muito mais risco do que outros tipos de investimentos”, informa. Esse perfil também costuma ter bom retorno em investimentos cambiais e na bolsa de valores, com a compra e venda de ações.
Por fim, o economista faz um alerta: é preciso, sempre, desconfiar de investimentos que prometem rendimentos altos, fáceis, sem risco e em curto prazo.