As vendas na época natalina no Distrito Federal conseguiram alcançar, no varejo, a meta estabelecida no levantamento do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista). Os 6% batidos nas vendas de Natal representam o melhor cenário econômico em cinco anos.
Alguns setores como roupas, brinquedos e calçados, segundo o presidente do Sindivarejista, Edson de Castro, cresceram 7,2% entre os dias 22 a 25 de dezembro, época natalina. Em 2018, o cenário fechou em um aumento de 4% — que já representava o maior índice na série histórica iniciada em 2014.
“Esse é um crescimento acima da média. Anualmente, esses três setores [roupas, brinquedos e calçados] são os que mais vendem em datas especiais como Dia das Mães, dos Pais e das Crianças, além do Natal”, comentou Castro.
A razão para o cenário positivo na economia local é analisado como fruto do crescimento na renda da população. Conforme interpreta o presidente do Sindivarejista, o extra no bolso para as compras de Natal é efeito da injeção de R$ 30 milhões pelo PIS/Pasep e de R$ 7,6 bilhões pelo 13º salário no DF neste ano.
“Esses saques de benefícios ajudaram muito a saldar dívidas e recolocar pelo menos 500 mil pessoas em condições de voltar a comprar a prazo. Sobrou um dinheirinho; elas foram ao mercado fazer compras”, disse Edson.
O levantamento do Sindivarejista foi feito entre os dias 16 e 26 com 1.170 comerciantes do varejo brasiliense entre os 24 shoppings e outras lojas independentes nas entrequadras da área central de Brasília. No Distrito Federal são mais de 100 mil trabalhadores do comércio beneficiados pelo cenário positivo.
Brasil também tem alta
O país também chegou a registrar aumento nas vendas de Natal. Foi registrado um crescimento de 9,5% do faturamento no comércio brasileiro segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). É o melhor número desde 2014.
As vendas representam um faturamento de R$ 168,2 bilhões para a economia brasileira. Entre os itens de consumo mais procurados para embalar para presente estão peças de moda masculina e feminina, brinquedos, perfumes e cosméticos variados.
A liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a taxa básica de juros, Selic, definida em 4,5% ano contribuíram para os resultados obtidos.
O levantamento foi feito entre os dias 1º e 20 de dezembro, realizado com cerca de 400 shoppings no Brasil.
Shoppings ainda cheios
Depois das festanças, é a hora de novas idas ao shopping, desta vez por três principais motivos: promoções pós-Natal, trocas de presentes e réveillon. Esta é a análise dos comerciantes para o período até o ano novo. São esperadas mais de 250 mil pessoas nos shoppings do Distrito Federal nestes próximos dias.
“A maioria das lojas estabelece cerca de 30 dias para as trocas e elas normalmente vêm acompanhadas de outra compra. Muita gente que vai fazer as trocas nesses dias também aproveita a liquidação depois do feriado, além de fazer as compras para o Réveillon”, comentou Edson de Castro, presidente do Sindivarejista.
São as famosas superstições que chamam a atenção na virada do ano. O foco das compras está principalmente nas cores e utensílios representativos sobre o que se espera do ano seguinte. “Esse ano o amarelo está ganhando em termos de vendas da cor pérola — ou branco”, afirmou Castro.
Apenas ontem, o Sindivarejista calculou cerca de 200 mil pessoas circulando nos shoppings do DF — o dobro do fluxo comum de pessoas registrado diariamente. “Esse movimento é muito bom para uma quinta-feira”, complementou o presidente.
Ainda de acordo com o Sindvarejista, o fluxo de pessoas só não é maior pelas muitas viagens realizadas neste fim de ano. Muitos dos possíveis consumidores em Brasília escolhem viajar para praias, conforme analisa Edson de Castro. Entre os destinos elencados por ele, o brasiliense procura descanso nas cidades litorâneas dos estados do Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Alagoas.
Mas, para ele, a compensação vem a partir do turismo, que traz o consumo de outros pontos brasileiros para o Distrito Federal. “O fluxo de turistas de outros estados para Brasília aumenta em 30% em comparação com um mês de baixa temporada, como setembro”, comentou.
Com informações da Agência Brasil