A economia de Brasília está esfacelada e o dinheiro dos empréstimos está acabando. As palavras são do presidente da Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Francisco Maia. De acordo com o dirigente, a decisão do governo Ibaneis Rocha (MDB) de adiamento da reabertura de parte das empresas de 11 para 18 de maio causou desconforto no setor, mas foi cautelosa para evitar o aumento de casos de Covid-19 na cidade.
O próprio setor não tem testes suficientes para checar os comerciários antes da reabertura.
Segundo Maia, o setor produtivo está preparado para reabrir, desde que alguns cuidados sejam tomados. Entretanto, é preciso conscientizar a população das regras de proteção, como o uso de máscaras e a manutenção de distância entre as pessoas na rua. Outro ponto: é necessário aumentar a testagem.
“Isso pode dar problema no sentido de que, uma semana depois, a gente tenha um número muito grande de pessoas contaminadas. Aí, a gente vai ter que fechar o comércio outra vez, o que é ruim”, alertou. Neste sentido, a ideia é lançar uma grande campanha de conscientização. “O governador está tendo muita cautela. Ele entendeu que nós precisamos de um pouco mais de tempo”, enfatizou.
“Nós temos problemas de testar todos os comerciários. Nós não temos testes suficientes. É preciso testá-los”, revelou. Segundo Maia, o GDF estuda a publicação de decreto sobre o tema, determinando a checagem. “Nós não temos 50 mil, 60 mil testes. E vamos precisar até o momento em que o comércio reabrir”, explicou.
Maia fez a declaração no Palácio do Buriti, na manhã desta quinta-feira (07/05). Ibaneis recebe a juíza federal juíza Kátia Balbino Ferreira, da 3ª Vara Cível. A magistrada impediu a reabertura de parte das lojas planejada pelo Governo do DF (GDF).
Situação caótica
O dirigente alerta para a situação caótica do setor e o aumento de demissões e negócios fechados. Para Maia, a constante mudança de datas de reabertura de parte das lojas – saiu de 4 de maio, passou para 11 e agora é 18 – vem desgastando o setor.
“Começa a haver uma falta de esperança”, afirmou. O presidente destacou que não há previsão para o caso de bares e restaurantes. “É possível que o número de empresas que esperava reabrir no dia 11 seja menor no dia 18, porque não tem dinheiro. Muitos conseguiram, lá no início, empréstimo do BRB. Mas esse capital foi para 30 dias e nós já vamos chegar a 90 dias. Então, a situação é muito grave”, lamentou.
Para Maia, o novo adiamento vai aumentar o número de empresas fechadas, e o desemprego vai aumentar. Por outro lado, quem reabrir poderá enxugar o quadro de funcionários.
Ele faz as contas: o varejo teve 20 mil demissões; bares e restaurantes perderam 6 mil empregados; mais de 150 estabelecimentos de alimentação não vão mais reabrir. E a situação dos hotéis é pior. “Perspectiva não existe. Os hotéis estão todos vazios. Então, realmente é um caos total na cidade”, alertou.
Com informações do Metrópoles DF | Crédito da foto: Hugo Barreto