Hoje em dia, investir em vinho já não é mais um passatempo da high society. O vinho ganhou muito espaço ao se tornar a escolha para momentos de lazer em casa durante o período de isolamento social, devido ao novo corovavírus. Dados da Ideal Consulting mostram que a comercialização da bebida de janeiro a agosto de 2020, foi de 313,3 milhões de litros, 37% mais que no mesmo período do ano passado. Saibam que existem bolsas de valores de vinhos, fundos de investimentos específicos no assunto e soluções profissionais de armazenamento das garrafas à medida que elas envelhecem.
Investir no mercado de ações é bastante arriscado. Para ganhar com o sobe-e-desce da Bolsa, é preciso conhecer as empresas participantes, analisar diariamente o setor em que atuam e, acima de tudo, ter uma ampla visão do momento econômico. Um pouco de sorte, é verdade, também ajuda.
Mas saibam que um outro investimento passou a ser uma alternativa muito lucrativa, eu estou falando dele: O mercado de vinhos. O mercado do vinho fino tem tido um desempenho superior ao da maioria das ações e dos fundos negociados em bolsa (ETF) e é menos volátil do que o imobiliário ou o ouro.
A principal característica do investimento em vinho é que: A qualidade e a escassez dos vinhos finos melhoram com o tempo e com isso o seu valor também. Mas assim como é para as finanças, é necessário conhecer a fundo os grandes rótulos, saber como funciona a indústria e, obviamente, estar antenado na lei da oferta e da procura.
É possível investir em vinho fino para: diversificar a sua carteira de investimentos ou classe de ativos, gerir o risco da sua carteira e equilibrar a volatilidade do mercado. Um vinho fino que aumenta de valor após cinco anos, é conhecido como Investment-Grade Wine. Um exemplo de sucesso e rentabilidade é de 12 garrafas de Domaine de la Romanée-Conti, da safra de 1988, que foi vendida por 305.000 dólares em 2019.
Os vinhos finos são conhecidos por serem menos voláteis do que a maioria dos outros ativos reais, do segmento de investimento alternativas. Não deixa de haver riscos. Os vinhos caros podem ser mal manuseados ou danificados em armazém ou em trânsito, ou devido a uma catástrofe natural, por exemplo. O valor do vinho não aumenta para sempre. Existe um pico a ser atingido. Após alguns anos, o vinho perde o aroma e, consequentemente, reduz de valor. Também é difícil prever o momento certo para a sua venda. Deve-se ficar atento a fraudes. Há casos de vinhos finos sendo fraudados. Mitigar este risco é fundamental para ter boa rentabilidade no ativo.
Por mais que o vinho seja um ativo real e esteja inserido como Investimento Alternativo, é arriscado seguir uma abordagem “faça você mesmo”. Deve haver especialistas por trás da operação para que você consiga diminuir os riscos e obter excelentes rentabilidades. Se não contar com empresas que entendam da operação, irá gastar tempo e conhecimento. E se você pode contar com gestores especializados em vinho, por que não usar desta estratégia? Deixe que os especialistas façam isso para você: selecionar os melhores vinhos, gerir o portfólio e garantir a autenticidade dos ativos.
Você pode comprar vinho fisicamente através de vários canais.
Através de um corretor
Os corretores de vinhos oferecem serviços de aconselhamento personalizado, bem como transações e comércio em seu nome.
Bolsas de Valores de Vinhos – As bolsas de valores de vinhos possíveis são: Cavex, Liv-Ex e Berrys’ Broking Exchange. Elas têm uma boa coleção de vinhos finos que podem ser comprados internacionalmente.
Você também pode colocar o seu dinheiro em fundos de vinho individuais com bom desempenho ou em Estoques de Vinho como Truett-Hurst, Constellation Brands ou Diageo, por exemplo.
Conversei com o Mauro Chuairi que é economista e também apaixonado por vinhos e, perguntei qual a sua opinião sobre o assunto e ele respondeu o seguinte:
“Não tenho dúvidas, vivemos um momento único no setor de investimentos, a desbancarização já é uma realidade e as pessoas estão ávidas em cuidar cada vez melhor do seu patrimônio. Tenho certeza que a maioria de vocês já ouviu em algum momento a expressão: “não coloque todos os ovos na mesma cesta”, porém a pergunta que vem é: Quais cestas escolher? Ou melhor, será que todas as minhas cestas precisam estar no mesmo país? Já te digo de antemão que a resposta é não. A maioria das pessoas desconsidera como o risco político e o risco econômico do Brasil podem impactar de forma negativa seus ativos financeiros. Voltemos agora para o tema da matéria: “Como ganhar dinheiro investindo em VINHO”. Sim você consegue de forma profissional, transparente e regulada alocar parte do seu portfólio em vinhos, e como já explicado, os caminhos mais fáceis seriam através de ativos internacionais, sejam eles fundos de investimentos, bem como, ações de empresas do setor de bebidas. E quais seriam as principais vantagens em ter uma parte do seu patrimônio com esse nível de diversificação? Sei que a maioria de vocês irá focar na oportunidade de adquirir altos ganhos financeiros, mas na minha visão a principal vantagem está em gerar uma “blindagem” do seu portfólio em relação ao risco Brasil, além disso, por se tratar do setor de bebidas alcóolicas, existe uma grande possibilidade desse pedaço do seu patrimônio ser um hedge (proteção) natural do seu portfólio, uma vez que, esse setor sempre mostrou muita resiliência nas receitas em momentos de crise como a que estamos vivendo agora. Então para você, que deseja tornar essa opção de investimento uma realidade, saiba que o prazo mínimo exigido é de 3 a 5 anos, fora isso como de praxe, não deixe de buscar um profissional qualificado, pois como toda alocação é de extrema relevância entender bem os seus riscos.
Por fim se você é um apreciador e apaixonado por vinhos como eu, saiba que a partir de agora ele poderá não só ser degustado por você, como também fazer parte das suas estratégias e ferramentas em busca das realizações das suas conquistas financeiras. Saúde a todos e bons investimentos.” Mauro Chuairi – Economista e Empresário.
O intercâmbio entre os ativos reais (vinhos) e as plataformas eletrônicas trouxeram novos níveis de eficiência e transparência a um mercado que era tradicionalmente fechado.
*Daiany Nasteoli – Colunista no Jornal de Brasília