DF: procura por imóveis com quatro quartos ou mais tem alta

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Devido ao isolamento social causado pela pandemia, no Distrito Federal, o desejo por morar em espaços maiores aumentou. (Imagem: Freepik)

Devido ao isolamento social causado pela pandemia, no Distrito Federal, o desejo por morar em espaços maiores aumentou. É o que apontam os registros do Grupo Zap, plataforma de anúncio de imóveis, que registrou alta de 96% na procura por casas e apartamentos com quatro quartos ou mais, nos meses de junho e julho deste ano em comparação a janeiro e fevereiro.

“As buscas por imóveis de um e dois quartos contabilizavam 60% do tráfego dos nossos portais entre janeiro e fevereiro deste ano e caíram para menos de 45% quando analisamos entre junho e julho”, explica Deborah Seabra, economista do grupo.

Os empreendimentos com três dormitórios também estão em alta: cerca de 27% a mais de interesse. Mas os desejos dos brasilienses não se resumem ao número de quartos. De modo geral, as pesquisas apontam pela vontade de morar em uma propriedade com varanda, com vista livre e ambientes melhores divididos.

“Esse movimento veio ganhando corpo e força à medida que as pessoas foram, de fato, ficando mais tempo dentro de casa e perceberam de forma nítida os incômodos que morar em um lugar pequeno e/ou sem privacidade pode trazer”, destaca Deborah.

Foi exatamente esse o fator que levou a família da empregada pública Raquel Guerreiro, de 31 anos, a optar pela mudança de um apartamento de 60 m² para outro de 102 m², ambos em Águas Claras (DF). O novo imóvel está em reforma, que deve ser concluída dentro de três semanas.

Apesar de ainda não terem feito a mudança, a família já pensa em uma casa para o futuro. Segundo Raquel, o sonho surgiu depois do início da pandemia. “Antes eu não parava muito tempo dentro de casa para me sentir apertada dentro dela”, conta.

De acordo com a funcionária pública, o que também pesou na decisão foi a falta de espaço para conciliar o home office com as aulas online do filho mais velho e a rotina do caçula, de um ano, que precisa de sonecas no período da tarde. “Não tínhamos um escritório separado e isso faz muita falta na hora de se concentrar no trabalho ou na aula online”, explica Raquel.

Prova que, de fato, o mercado imobiliário está aquecido, foi que mesmo em meio à pandemia, o processo de venda do apartamento antigo e de compra do novo foi rápido: apenas três meses. O movimento é confirmado por uma incorporadora do Distrito Federal especializada em imóveis maiores, a Lótus Cidade.

Segundo a empresa, a tendência de procura e vendas vem crescendo desde abril, principalmente para imóveis de até R$ 2 milhões. O aumento registrado desde então foi de 33%. Um dos empreendimentos da construtora chegou a zerar o estoque.

A taxa Selic é outro fator que ajuda a explicar o aquecimento do segmento, que alcançou mínimas históricas: em torno de 2,25% ao ano. Assim, os imóveis voltaram a ser investimentos atrativos.

“O receio de ter que enfrentar mais um longo período de isolamento severo faz com que o desejo de se morar em um local maior permaneça. Mas tudo pode mudar a depender de quão rápido surja a vacina para o novo coronavírus. Teremos que esperar para ver”, afirma a economista Deborah Seabra, que explica que essa tendência deve se estender por algum tempo, tendo em vista que o confinamento já trouxe alguns “traumas” para a população.

Com informações do Metrópoles

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