Idealizada como uma cidade-parque, o projeto da construção do Plano Piloto de Lucio Costa se caracteriza, entre outras coisas, pela harmonia entre espaços arquitetônicos com grandes áreas verdes e ambientes floridos.
É algo que pulsa em qualquer lugar da capital do país. Uma simbiose entre o concreto e o verde que o seu criador descreveu sendo “de prédios residenciais nascendo como da clareira de uma floresta”.
Assim, ao dividir o local em quatro escalas – residencial, monumental, gregária e bucólica -, o urbanista designou uma delas exclusivamente ao meio ambiente.
Esse regramento acabou influenciando na criação de mais de 30 parques para visitações em todo o DF, além de cerca de 1,5 milhão de árvores na região do Plano Piloto, de um total de cinco milhões, em todo o território distrital.
Entre as espécies mais comuns encontradas por aqui estão o jequitibá rosa, jequitibá vermelho, quaresmeira, jacarandá mimoso, jenipapo, jatobá, cagaita, angico, fisocalima, aroeira, copaíba, tarumã, angico e, claro, o ipê, árvore símbolo do “quadradinho” de todas as cores: roxo, branco e amarelo.
De acordo com dados da Novacap, em 2019, os viveiros da empresa produziram mais de 600 mil árvores no estoque, sendo 100 mil ipês. Em 2020, entre mudas iniciais e mudas em ponto de plantio, o número é superior aos 100 mil.
A meta de plantio para o biênio 2020/2021 do Departamento de Parques e Jardim da Novacap é de mais de 120 mil árvores, sendo 18 mil frutíferas e 40 mil ipês.
Desse total, duas mil mudas já têm destino certo: serão plantadas ao longo dos 11 quilômetros da Estrada Parque Taguatinga Guará (EPTG). “No plantio de 2021/2022 colocaremos espécies diversas, para atender a demanda de uma floresta urbana com suas peculiaridades e trazer os benefícios de termos uma das cidades mais arborizadas do mundo”, planeja Raimundo Silva, da Novacap.
Atenção especial
Para realizar o plantio das mudas desse bioma bem específico é preciso um cuidado todo especial. Desde uma boa cova, passando por adubação orgânica e química, e o mais fundamental: realizar a semeação no período chuvoso.
Detalhes que fazem com que elas resistam à seca e tenham crescimento rápido. “Eis a chave do sucesso para a muda pegar”, ensina Raimundo Silva.
O cultivo de todas essas espécies e muitas outras faz parte de projeto de pesquisa desenvolvido nos dois viveiros da Novacap. Um localizado próximo ao Núcleo Bandeirante, na Vila Cauhí, e outro no Setor de Oficinas Norte.
Um dos trabalhos realizados pela equipe do Departamento de Parques e Jardins da empresa é colher sementes das árvores, obedecendo um cronograma mensal.
“A coleta é feita nos espaços públicos da cidade. Temos o endereço certo e a data certa da coleta das sementes”, detalha Rodrigo Magalhães Menon, há 20 anos na equipe do Viveiro I da empresa.
Com informações do GPS Lifetime