No início deste ano, o Ministério da Economia informou que 3,359 milhões de empresas foram abertas no Brasil, em 2020. Em contrapartida, houve o encerramento das atividades de 1,044 milhão de empreendimentos. Apesar de muitos espaços terem fechado as portas no último ano, em virtude da crise desencadeada pela pandemia de Covid-19, o país registrou um saldo positivo, atingindo a casa de 2,315 milhões de novos negócios.
Os dados indicam que o empresariado brasileiro busca alternativas para sobreviver diante dos efeitos econômicos negativos provocados pelo coronavírus. Apesar do bom índice registrado no que diz respeito às aberturas de empresas, outro fator deve ser levado em consideração para o sucesso de um negócio: a sua capacidade de resiliência dentro do mercado. Luís Carlos Costa, sócio da MOAI, explica que o objetivo, agora, é simplesmente não quebrar.
“O empresário deve ter ciência de que o foco, neste momento, é manter a saúde financeira da empresa. Depois que as atividades normalizarem, é aconselhado a retomada dos planos iniciais de crescimento, inovação e melhorias. Vale destacar que um dos fatores mais determinantes para a performance de qualquer negócio durante a pandemia é a velocidade de adaptação e a união do empresariado. Esses elementos fazem toda a diferença”, informa Luís Carlos.
Para o profissional, as incertezas geradas durante a pandemia, principalmente por conta do lockdown, atrapalham o comércio e a micro economia, visto que não há previsibilidade na atividade comercial. Por essa razão, se faz necessário encontrar o suporte ideal dentro do mercado para que a atividade empresarial mantenha o seu fluxo apesar das adversidades.
“Essa falta de previsibilidade, assim como no mercado financeiro, faz com que muitos empresários abandonem a racionalidade. Nisso, é comum que esses profissionais tomem decisões emocionais, baseadas, principalmente, no medo. Nesse contexto, em geral, o empreendedor toma decisões ruins. Não podemos deixar que isso ocorra”, informa.
A MOAI, empresa brasiliense, surgiu com o propósito de apoiar empreendedores no crescimento de seus negócios por meio da troca de experiência prática. Por essa razão, Luís Carlos destaca a necessidade do empreendedor ter o suporte necessário, principalmente durante esse período pandêmico, para minimizar os seus prejuízos e, em contrapartida, encontrar uma forma de manter o empreendimento com portas abertas. De modo geral, a rede – que conta com a associação de mais de 400 empreendedores – é uma peça de apoio ao empresário.
Momento delicado
Apesar da MOAI defender a manutenção das atividades comerciais, há o entendimento da necessidade de implementar medidas restritivas para preservar o sistema de saúde. A empresa também enxerga a necessidade de implementar decisões cautelosas para evitar prejuízos econômicos para a população.
“Acreditamos que as medidas restritivas devem ser baseadas em dados, fundamentadas na ciência e com planejamento para evitar o ‘abre-fecha’. Dessa forma, é possível controlar a curva da pandemia de modo que exista segurança e previsibilidade para as atividades comerciais”, aconselha Luís Carlos.
O sócio da MOAI ainda complementa que a atividade empresarial nunca é interrompida na prática, visto que um indivíduo pode estar impedido de trabalhar, mas o aluguel ainda vence, a folha de pagamentos precisa ser honrada, assim como todos os compromissos das empresas. Segundo Luís Carlos, de portas abertas ou fechadas, as atividades continuam.
“Nós entendemos que, quanto mais nós, enquanto população, sigamos os protocolos e a ciência, mais cedo teremos condições de segurança sanitária para uma real retomada. A abertura da economia com os sistemas de saúde em colapso vai custar sempre mais caro do que as medidas para evitar que se chegue em um colapso total. Não acredito na polarização entre ‘vida’ e ‘economia’. Não existe um sem o outro, então, os dois temas precisam sempre ser analisados como um objetivo comum e não prioridades que concorrem entre si”, reforça.