De acordo com dados do Ministério da Economia, compilados pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, de 2001 até o ano passado, a participação chinesa nas vendas do Brasil teve um aumento de 1,9% para 28,5%. Com a crise global provocada pelo novo coronavírus, essa número subiu para 33,8% no primeiro semestre deste ano. Sendo que, um terço dos US$ 101,7 bilhões exportados pelo País de janeiro a junho teve como destino a China. Porém, após agressivas declarações do governo Bolsonaro em relação à China, essas exportações brasileiras dependem cada vez mais da vontade do consumidor chinês.
Enquanto que em comparação, no mesmo período as vendas para os Estados Unidos caíram de 22,6% do total para 9,9%; já os embarques para a União Europeia, que respondiam por 25,4% das exportações brasileiras em 2001, ficaram em 15,4% neste primeiro semestre.
De acordo com especialistas, o forte crescimento econômico do país asiático nas últimas década, contribuiu para o aumento da dependência da China. Além disso, a queda recente da demanda por parte de outras nações afetadas pela pandemia, especialmente na América do Sul, e o fato de o Brasil ainda manter uma forte especialização na produção de matérias-primas, também contribuíram para esse cenário, embora o país possua uma estrutura pouco competitiva na indústria, o que limita os itens da pauta de exportações.