O DF é a casa do São Batuque. O Festival celebra, há mais de uma década, expressões populares de matrizes indígenas e africanas e ocupa espaços públicos da capital federal com o pulsar de tambores. Esta décima segunda edição do evento, um dos mais tradicionais da cidade, acontece no dia 14/12, com extensa programação gratuita, traz diversas apresentações musicais com base percussiva. A festa começa a partir das 20h, na Praça Zumbi dos Palmares e de lá segue para a Birosca, ambas no Conic.
Como de costume o São Batuque homenageia seus guias e protetores. E, como informa a organização do evento, na edição de 2019 é a vez de dois orixás guerreiros: Iansã e Ogum. “O festejo apresenta, anualmente, um recorte não somente artístico, mas também político, de uma infinidade de manifestações criadas pela mescla de muitos saberes e terreiros do DF e do Brasil”, afirma Stéffanie Oliveira, coordenadora geral do Festival e diretora do Instituto Candango de Culturas Populares.
Encontros
Para abrir a programação, as baianas do Grupo Oyá Bagan, tradicional território cultural do DF, em Cortejo, farão a Lavagem Simbólica do Festival.
” Vamos fazer uma participação cultural através da Lavagem, esse ritual simbólico que com a pureza da água traz harmonia, paz, tranquilidade e união entre os povos da terra. Acredito que o São Batuque reafirma a nossa tradição religiosa e dá visibilidade ao povo negro, de terreiro e periférico, isso é muito importante”, ressalta Miriam Santos, Ekedi e presidente do Ilê Axé Oyá Bagan.
O grupo Seu Estrelo, responsável pela criação de ritmo, mitos e personagens genuinamente brasilienses, ou melhor, cerratenses, é parte dessa festa anual e chega com o Samba Pisado, ritmo com fortes influências do Maracatu, que dá o tom da brincadeira e envolve o público.
“Vamos levar a Sambada ao Festival e teremos uma participação que – para nós – está sendo uma felicidade: a de Mestre Nico. O São Batuque tem muito esse lugar de junção, vejo que o Festival alcançou essa utopia da brasilidade, da união dos batuqueiros, de um Brasil que tem diferenças, mas que é formado pela junção”, destaca Tico Magalhães, capitão do Grupo.
A noite também tem a presença percussiva da Orquestra Alada Trovão da Mata, apresentação de capoeira do Grupo Matilha, além da participação do DJ Rafael Pops e da DJ Odara. Para complementar essa mescla de batuques e ritmos, diretamente de São Paulo, o Grupo Coco de Oyá faz show e convida a cantora Shaira, de Brasília, para mais uma confluência de estilos e referências.
O Festival integra o Circuito Candango de Culturas, projeto idealizado pelo Instituto Candango de Culturas Populares, fomentado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal e produzido pela Rosa dos Ventos Produções. O objetivo é promover territórios culturais do DF, além de valorizar expressões culturais.
O Batuque dos Tambores
Muito mais que um instrumento de percussão, os tambores, utilizados desde os tempos mais antigos da humanidade, são expressões da arte na religiosidade e na espiritualidade de diferentes povos e culturas. De acordo com Centro de Estudos da Cultura Ancestral Brasileira (Cecab), “o homem pré-histórico acreditava que a pele de sua caça esticada em troncos de árvores reproduzia o choro do animal morto. E foi com esse sentimento de gratidão que passou a consagrar a morte de sua caça. Pode-se dizer que esse foi um dos princípios da manifestação religiosa do homem e a origem dos tambores”.
Confira a programação completa:
– Cortejo Afro com Grupo Oyá Bagan (DF) e Bando Matilha Capoeira (DF) – Lavagem Simbólica do São Batuque
– Orquestra Alada Trovão da Mata (DF)(Na foto)
– Coco de Oyá (SP) convida Shaira (DF)
– Grupo Seu Estrelo (DF) e Mestre Nico (PE)
– DJ Odara (SP) e DJ Pops (DF)
Serviço: 12ª Festival São Batuque – 2019
Data: 14 de dezembro
Horário: a partir das 20h
Local: começa na Praça Zumbi dos Palmares e segue para Birosca, ambas no Conic
Entrada: Franca
Classificação: Livre
Ingressos: https://www.sympla.com.br/festival-sao-batuque__735119