Jonathan Song, CEO do Plaza Premium Group, passou os últimos meses de 2021 acordando às 23 horas para trabalhar. Baseado em Hong Kong, onde seu pai iniciou a companhia há 25 anos, ele coordenou a expansão da empresa para São Paulo à distância. Agora, com o relaxamento de algumas medidas sanitárias relativas à pandemia em seu país, está há cinco semanas viajando para construir o novo capítulo de expansão da empresa.
O grupo faz espaços em aeroportos que funcionam como salas VIP de embarque, mas para utilizá-las não é preciso ter um cartão de crédito especial, nem mesmo viajar na primeira classe, basta que os viajantes paguem por isso. O negócio se baseia, portanto, no conceito de luxo acessível e mira inclusive a classe média.
Em crescimento pela América Latina, a empresa visa investir na região cerca de US$ 20 milhões. A expectativa é a de que a região represente 20% do faturamento da companhia em 2 ou 3 anos, segundo fontes próximas ao negócio. Pela frente, o Plaza Premium Group tem a ambição de chegar a cerca de 500 lounges (como são chamados os espaços nos aeroportos) ao redor do mundo até 2025, sendo 50 novos nos próximos 12 meses.
No Brasil, a empresa está em busca de 10 principais aeroportos, começando sempre pelos terminais de voos domésticos. Isso porque, especialmente em países com grande extensão territorial como o Brasil, a pandemia mostrou a importância do turismo local, que foi o primeiro a demonstrar retomada depois dos períodos mais duros da pandemia.
Ao redor do mundo, o Plaza Premium Group tem crescido de forma mais acelerada nos últimos 3 anos. Em 2019, eram 180 lounges espalhados por diversos países. Hoje, são 250, 70 deles em aeroportos internacionais que recebem cerca de 20 milhões de passageiros.
Esse crescimento é reflexo da estratégia da empresa de fechar novos negócios, também, por meio de parcerias com bandeiras de cartão de crédito e companhias aéreas, por exemplo. O grupo passou a operar lounges com a marca dessas empresas. A mais recente é a parceria com Visa, para construir o primeiro lounge da bandeira de cartões no mundo. Ele será instalado no terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos em São Paulo, onde a companhia já tem outros dois lounges.
No Brasil, hoje são 6 espaços divididos entre o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e o Aeroporto de Guarulhos. Para usá-los antes de uma viagem, é preciso pagar um valor de R$ 180.
No Rio, a empresa tem ainda um mini-hotel, para pessoas que precisam passar mais horas no aeroporto. Os lounges contam com acomodações para descansar ou trabalhar, refeições e bebidas alcoólicas.
“Você não precisa ser vip no ar, você pode ser vip no solo”, diz Song.
Ele afirma que, embora a pandemia tenha sido um período de dificuldade para todo o setor de turismo, a empresa viu oportunidades. Uma delas foi uma maior vacância de espaços nos aeroportos. Algo que o grupo de hospitalidade tem usado para crescer.
Outra consequência da pandemia, afirma, é que as pessoas estão viajando como uma espécie de “vingança” pelos anos que ficaram em casa. Assim, mesmo com altos preços de passagens, as vendas de tíquetes sobem. Em sua visão, com uma situação econômica mais complexa, muitas pessoas podem abrir mão da primeira classe no avião e, ainda assim, ver que vale a pena pagar para ter algum conforto no embarque.
Além disso, ele observa, aumentou o número de passageiros híbridos entre corporativos e turistas, que não têm acesso a cartões corporativos com salas de embarque privilegiadas, mas que precisam de um conforto maior. Para Song, esse novo público é um potencial mercado para a empresa.
A intenção da empresa é também atender o cliente desde o momento em que sai de casa até chegar ao hotel de destino, com serviços como agendamento de carros, assistência nos guichês de imigração e pequenos hotéis de passagem. Segundo o CEO, todos esses serviços estão em expansão na companhia.
Com informações Broadcast