Home Office: confira dicas de especialista para quem está em isolamento

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O aumento dos temores ao redor da disseminação do Covid-19, o novo coronavírus, provoca intensas mudanças na sociedade. A principal medida para desacelerar a propagação do agente infeccioso é o isolamento. Com isso, fica mais difícil a transmissão local – quando alguém que contraiu o vírus de uma pessoa vinda do exterior passa o vírus adiante. Uma das medidas adotadas por várias empresas para frear esse avanço da infecção, é o home office (escritório em casa, em livre tradução). Milhares de empresas adotaram o sistema no mundo, mas algumas dúvidas ainda restam sobre direitos trabalhistas e o que é certo ou errado nesse modelo.

Por exemplo, como contabilizar as horas trabalhadas. A depender do tipo de serviço que é prestado remotamente, é difícil monitorar as horas que foram, de fato, trabalhadas. De acordo com o professor de Direito do Trabalho do Centro Universitário IESB Ulisses Borges Resende, o registro digital deixado pela prática pode ser uma forma de comprovação do trabalho prestado. “O trabalho entregue funciona para resguardar o funcionário. Geralmente, os formatos de trabalho remoto deixam muitos registros ou marcas digitais”, explica o professor.

“Marcas digitais” são registros que indicam a última edição de um documento escrito no docs, plataforma do Google Drive, por exemplo. Além disso, não é muito difícil para especialistas da área de Tecnologia da Informação rastrearem atividades ocorridas em um determinado software. Por isso, esse conteúdo, na avaliação do especialista, pode e deve ser utilizado para comprovar horas, caso seja necessário.

Para empresas com mais de 10 funcionários, que têm necessidade de registro de horas, Resende recomenda, sempre, que o trabalho seja feito pelo computador, de forma online. “Isso não tem uma regulação específica, mas, se a empresa emprega mais funcionários e tem a necessidade do registro de horas, é importante que o trabalho remoto seja prestado pelo computador, online. Dessa forma, qualquer dúvida posterior poderá ser tirada ali, no próprio meio digital”, recomenda.

Por fim, o professor indica que é necessário bom senso. “Às vezes, pensa-se que, por ser em um ambiente confortável, o trabalhador não vai ter o mesmo compromisso. Mas, é preciso ter bom senso. Acredito que, naturalmente, o trabalhador vai noção do seu trabalho”, explica.

Dicas

1 – É papel da empresa mapear possíveis dificuldades. Por isso, caso haja problemas com equipamento, questões de conexão com a internet ou relacionados à infraestrutura, é necessário que o trabalhador informe o problema para a empresa em que ele trabalha para que ela possa resolver a questão.

2- A boa comunicação com a equipe é imprescindível. Por isso, é bom definir, antes de ir para o home office, quais plataformas de comunicação serão utilizadas (whatsapp, skype, hangouts). A ideia é escolher a que a maior parte dos funcionários seja “fluente”, dessa forma evitando adaptações difíceis.

3- Priorizar videochamadas e videoconferências. Conversas por texto podem ter complicações de expressão, uma vez que não contém as expressões faciais e outras formas de comunicação corporal que facilitam o entendimento.

4- Combinar entregas periódicas. Dessa forma, fica mais fácil para a liderança da equipe monitorar as atividades realizadas à distância e, dessa forma, medir o trabalho.

5- Breves reuniões para começar e finalizar as atividades dos dias podem ser recomendáveis. Com isso, é mais fácil a organização e a preparação da equipe para as atividades posteriores, priorizando, assim, as urgências.

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