A MOAI, empresa de Brasília, busca fomentar diferentes tipos de negócios, oferecendo suporte aos empreendedores associados à rede. O time do hub conta com perfis diferentes de empresários, incluindo mulheres que assumiram grandes empresas na região. Ana Camila Oliveira, CEO da DomDH, é uma das empresárias que fazem parte desse meio. A empreendedora, junto à sua filha, mostrou como a força das mulheres pode ser determinante para o crescimento de um projeto.
A empresa, que nasceu em 2016, realiza consultoria e treinamentos. Apesar de estar no mercado há alguns anos, a DomDH recebeu um suporte extra, quando a filha de Ana Camila se tornou sócia do negócio, impulsionando o trabalho por meio de produtos inovadores e escaláveis.
“Reinventamos, testamos e prototipamos a empresa durante a pandemia de Covid-19. Posso dizer que o maior empecilho foram os diversos anseios e incertezas que esse período nos trouxe, mas aos poucos aprendemos a lidar com eles e estamos crescendo dia após dia. Acredito que a cada cliente satisfeito e candidato aprovado, nossa energia se renova e a alegria impera”, conta Ana Camila.
A CEO da DomDH relembra que nem sempre as coisas foram fáceis. Aos 16 anos, ainda adolescente, teve a sua filha. Desde então, Ana lutou diariamente para poder oferecer o melhor a ela. Hoje, para a sua alegria, além da filha ser sua parceira de vida, também está presente nos negócios, como um importante alicerce para dar suporte à empresa.
“Dividir o trabalho com a maternidade é algo fácil e complexo, ao mesmo tempo. Nossa rotina permite que estejamos constantemente juntas e, por isso, precisamos separar a definição de mãe e filha da parceria como sócias. Atualmente, o home office facilita algumas coisas, mas também dificulta a imposição necessária de limites. Ainda estamos aprendendo”, informa.
Apesar de estarem juntas no âmbito profissional, Ana Camila reconhece que a sociedade ainda possui preconceitos enraizados com mães que assumem o empreendedorismo em suas vidas. Para ela, a visão sobre o assunto ainda é muito delicada e não apenas para empresárias que possuem filhos, mas sim para as mulheres como um todo.
“A gente se acostuma a ter que provar que somos capazes, não só dentro do mercado. Felizmente, eu não senti isso de uma forma dura pessoalmente. Hoje, atuando à frente de vários processos seletivos, vejo que a maternidade ainda é um tabu para muitas empresas e que a presença feminina nem sempre é tão bem aceita quanto deveria”, lamenta a empreendedora.
De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a discriminação no ambiente de trabalho, a necessidade de conciliar as suas responsabilidades da vida pessoal com a profissional e o medo em arriscar costumam ser os principais desafios para as mulheres que desejam empreender.
Ana Camila enxerga que, por essas razões, a sociedade está longe de oferecer igualdade entre homens e mulheres, o que dificulta ainda mais o crescimento de grandes profissionais dentro do mercado. Entretanto, para ela, há esperanças.
“Acredito que, cada vez que uma empreendedora levanta o seu negócio próprio, outras mulheres oferecem apoio e, consequentemente, cresce a possibilidade de igualdade. Aos poucos, vamos mudando. Mesmo assim, é preciso destacar a necessidade do diálogo e da divulgação de empresárias fortes. Um grande exemplo disso é a Luiza Trajano, da Magazine Luiza, que é respeitada em território nacional e segue derrubando fronteiras”, destaca Ana Camila.
Segundo o Relatório Especial sobre Empreendedorismo Feminino no Brasil, pesquisa elaborada pelo Sebrae, o Brasil teve a 7ª maior proporção de mulheres à frente do seu próprio negócio no ano retrasado, sendo considerado um número expressivo. Esses dados reforçam a capacidade que as empresárias possuem em gerar resultados dentro de empresas.
O empreendedorismo feminino, de modo geral, contribui para o crescimento da economia e para a criação de empregos. Além de transformar também as relações sociais, diversificando os pontos de vista na tomada de decisões e dando mais visibilidade para questões de gênero.
“Não podemos negar que levar uma empresa é um desafio, sim, para a mulher que precisa conciliar as atividades da empresa com suas demandas de cuidados com a casa e com os filhos. Não é glamoroso, não é romântico, mas pode ter certeza que vale a pena”, destaca.
MOAI e DomDH
Há cerca de seis meses, a DomDH entrou para o ecossistema da MOAI. Para a CEO da empresa, esse processo foi um divisor de águas.
“É um espaço que se retroalimenta no que diz respeito às demandas para um empreendimento que busca se destacar no mercado. As pessoas que estão presentes nesse ambiente oferecem suportes importantes para o crescimento de uma empresa. Hoje em dia, participo de um grupo de mastermind, que traz muita construção para os nossos dias”, informa Ana Camila.
Empreendedorismo feminino
Buscando incentivar ainda mais o crescimento do empreendedorismo feminino no país, a MOAI criou um Conselho Estratégico destinado às empresárias que desejam obter suporte nas suas tomadas de decisão. O trabalho, desenvolvido com base nas transformações dentro do mercado, é conduzido pela Adriana Moya, presidente do Digital Group.
Com quantidades limitadas de vagas, a consultoria conta com reuniões mensais para que as empreendedoras se concentrem no que é mais crítico e essencial para o crescimento dos seus negócios.
Essa metodologia, considerada inovadora dentro do mercado, foi desenvolvida para criar um ambiente seguro, onde as profissionais possam compartilhar as suas experiências, apresentando as suas maiores dificuldades e oportunidades.