A nova regra aprovada pelo Banco Central com o objetivo de frear o aumento nos casos de fraudes, sequestros e roubos noturnos em relação ao Pix entrou em vigor na última segunda-feira, 4. Com isso, fica valendo o novo limite de R$ 1.000 para transações noturnas do Pix feitas das 20h às 6h.
Embora seja vista como positiva, para o presidente do Procon-SP, Fernando Capez, a alteração pode gerar um “efeito contrário” e trazer uma preocupação maior sobre a segurança dos usuários.
”A limitação de transferência das 20h às 6h da manhã pode gerar um efeito contrário, que já ocorreu com bancos 24 horas, ou seja, a vítima permanecer em poder dos sequestradores durante toda a noite até o amanhecer. Ela é abordada de madrugada e fica em poder do sequestrador mais 3 ou 4 horas, então, nós pretendemos amenizar essa medida com outras providências que vamos sugerir ao Banco Central”, afirmou Fernando Capez, em entrevista à Jovem Pan.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, entre os meses de janeiro e julho deste ano, os casos de sequestros-relâmpagos e roubos com receptação teve uma alta de 39,1%, um total de 206 boletins de ocorrência relatados e 100 prisões.
O presidente do Procon-SP informou que fará hoje uma reunião com diretores do Banco Central para solicitar mais providências de segurança na forma de pagamento.
A proposta é sugerir que o limite não seja apenas no período noturno, mas sim para os pagamentos feitos a qualquer hora. A ideia é que o cliente possa solicitar a mudança desse valor máximo por transação, mas que a alteração seja efetuada apenas depois de 48 horas.
”Todos temos que atuar em conjunto, estabelecendo as medidas preventivas. O Pix é instrumento útil porque não tem estorno, isso despertou a cobiça dos criminosos, porque aplicado o golpe e feita a transferência, não tem volta”, ressalta.
Outra regra criada pelo Banco Central é que as instituições financeiras possam bloquear as transações que sejam consideradas suspeitas pelo prazo de 72 horas. Entretanto, de acordo com Capez, as medidas ainda são ‘insuficientes’, já que o mecanismo de controle dos bancos pode falhar.
Com informações Mercado 1 Minuto