Quando se trata de rapidez tecnológica e acesso digital, o Brasil não se classifica no pódio. Pelo contrário, o país ainda caminha a passos lentos e apresenta uma escassez muito grande de internet, além de enfrentar um deserto digital. Mas com a chegada do 5G esta realidade começa a dar sinais de mudanças. Pelo menos, é o que esperamos.
Essa revolução tecnológica ocasionada pelo 5G tem como objetivo massificar o acesso a serviços de telecomunicações do país e modernizar as tecnologias de redes, tudo isso de forma muito mais veloz. Contudo, é necessário massivos investimentos.
O que é a tecnologia 5G?
Essa nova tecnologia conhecida como 5G que já é utilizada em países como a China, EUA, Coreia do Sul e Filipinas, amplia a velocidade da conexão móvel e reduz a latência, permitindo novos serviços com conexão com segurança e estabilidade. Além disso, ela abre espaço para o uso de novos serviços em diversas áreas, como indústria, saúde, agricultura e na produção e difusão de conteúdos.
Cabe ressaltar, que não se trata apenas de um aumento de velocidade de conexão, ao contrário das mudanças nas gerações passadas, do 2G, 3G e 4G, essa nova tecnologia apresenta também diferenças na especificação de serviços que permitam o atendimento a outras aplicações, em especial àquelas relacionadas à chamada Internet das Coisas (IoT), que é o uso coordenado e inteligente de aparelhos para controlar diversas atividades.
Uma curiosidade é que algumas cidades do país já utilizam o 5G, mas não o “puro”. Conhecido como 5G DSS (Compartilhamento Dinâmico de Espectro, da sigla em inglês), ele funciona como transição entre a quarta e a quinta geração da rede. Ou seja, para quem tem acesso é como um gostinho do que será o 5G.
Nesse contexto, a rede 5G DSS usa as mesmas frequências do 4G com uma velocidade maior, mas sem conseguir entregar o potencial máximo do 5G, que só será atingido quando for realizada a instalação de uma nova infraestrutura que entregará o 5G “puro”.
5G no Brasil: previsão e investimentos
O Brasil é o primeiro país da América Latina a ter a tecnologia. Embora o assunto já venha sendo discutido há anos, a implementação segue de forma morosa e só está prevista para começar a partir do segundo semestre do próximo ano, com finalização em 2029.
Dentre os primeiros passos tomados pelo país, está o leilão realizado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) no início deste mês. Com finalidades específicas de mercado, divididas em diversos lotes, o leilão consistiu em uma concorrência em quatro faixas de radiofrequências – 700 MHz; 2,3 GHz;(que servirão para ampliar a cobertura 4G e, futuramente, distribuir o 5G), 3,5 GHz; (em questão de velocidade, equivale 10 vezes mais que a cobertura 4G) e 26 GHz (mais cara de manter e é destinado, principalmente, para banda larga).
Até o momento, a Claro, Vivo e Tim já garantiram seu espaço no mercado com lances de R$ 338 milhões, R$ 420 milhões e R$ 351 milhões, respectivamente, somando R$ 1,1 bilhão.
O Brasil já possui sete capitais habilitadas a receber 5G: Boa Vista, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Palmas, Porto Alegre e Porto Velho, segundo o estudo da Conexis Brasil Digital, entidade que reúne as empresas de telecomunicações e de conectividade do país.
Vantagens da rede 5G
Por fim, cabe ressaltar algumas das vantagens que a nova rede vai proporcionar, dentre elas: maior velocidade de conexão, o que facilita a transferência de arquivos; as possibilidades de diferentes dispositivos se conectarem à internet em simultâneo (IoT) e o aumento de conexão em tempo real, facilitando a reprodução de streamings e jogos online. Além das mais diversas tecnologias de automação e inteligência artificial, inclusive para a agricultura, a indústria e as cidades.
