Mesmo em meio a pandemia de covid-19, o comércio varejista continua se recuperando. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas do varejo brasileiro cresceram 5,2% em julho, no terceiro mês consecutivo de recuperação. Por isso, já estão acima dos níveis observados em fevereiro, antes do novo coronavírus.
A alta de 5,2% é reflexo da reação de quase todos os setores do comércio varejista – só os hiper e supermercados não registraram crescimento em julho; o setor ficou estável, após vários meses de alta, aponta o IBGE. Em relação ao comércio varejista ampliado, esse crescimento é ainda maior, levando em consideração a venda de automóveis e materiais de construção: 7,2%.
Com isso, o IBGE afirma que boa parte do setor já deixou para trás os prejuízos sofridos na pandemia de covid-19. Para o gerente da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE, Cristiano Santos, alguns setores estão bem acima dos níveis de fevereiro, “como móveis e eletrodomésticos (16,9% acima), hiper e supermercados (8,9%) e artigos farmacêuticos (7,3%), além dos materiais de construção (13,9%), no varejo ampliado”, destaca.
Segundo ele, as atividades como tecidos, vestuário e calçados (-32,7%), livros, jornais, revistas e papelaria (-27,2%) e veículos (-19,7%) ainda não conseguiram retomar os níveis pré-pandemia, apesar de estarem dando sinais de recuperação. Mas diz que, no geral, o setor já está bem mais aquecido do que no início da pandemia. “Até junho, houve uma espécie de compensação do que ocorreu na pandemia, então em julho a recuperação já tem um excedente de crescimento”, explica.
Em relação ao volume de vendas observado em julho, os dados se aproximam até do recorde da série histórica da PMC, de outubro de 2014. “O ponto mais baixo em relação ao patamar recorde foi de -22,8% em abril de 2020. Em maio, a distância diminuiu para -12,5%, de volta ao patamar da crise de 2016 e, em junho, o varejo ficou a -5%. Agora em julho, estamos a -0,1%, praticamente no nível recorde da série”, analisa o gerente da pesquisa.
Mas vale ressaltar que no ano, contudo, o saldo ainda é negativo. Conforme explicou o IBGE, o comércio varejista restrito acumula uma perda de 1,8% neste ano. Já o comércio varejista ampliado tem uma retração de 6,2%.
Com informações do Correio Braziliense