Projeto leva Bossa e Poesia para diferentes pontos de Brasília

O projeto Bossa & Poesia foi idealizado pela poeta brasiliense Elisa Carneiro. Acontecerá em Brasília, ocupando diferentes lugares da cidade, alguns deles simbólicos e significativos, como a Igreja Nossa Senhora de Fátima, conhecida como Igrejinha, a Torre de TV, a rodoviária, o Setor Comercial Sul e o Beirute, berço e ponto de encontro de muitos artistas da cidade. Casas de acolhimento femininas e masculinas também estão no roteiro das apresentações. O evento é gratuito, livre para todas as idades e tem como foco a valorização e reconhecimento de poetas e artistas locais.

Ao todo serão dois blocos de apresentações: o primeiro ocorre ainda em 2019, de 16 de novembro a 21 de dezembro; o segundo em 2020, de 7 de fevereiro a 8 de março. No total, são 12 poetas diferentes em 18 apresentações que acontecem aos finais de semana, em horários que variam a depender do espaço. Além dos poetas, que prometem inspirar quem estiver assistindo, músicos e cantores locais dão ritmo e levam bossa e diversas vertentes da MPB ao encontro.

Entre os convidados a declamar estão Luís Turiba, Jorge Amâncio, Mira e Maria Maia, além da nova geração de poetas representados por Maria Léo e Juliana Marcondes, também conhecida como Palhaça Crispina. Entre os músicos, nomes como o de André Gonzales e Marcelo Sena marcam presença nas apresentações.

De acordo com a idealizadora, a ideia do projeto vem de longe, nasceu em 2009, na mesa de um bar na Asa Norte, durante uma conversa informal entre músicos e poetas que tinham um propósito em comum: a luta pela disseminação da cultura e da profissão poeta. Segundo Elisa, o projeto une artistas que estão começando, de diversas RAs, com aqueles que já possuem uma boa estrada percorrida. O objetivo dessa mistura é incluir e dar visibilidade a quem tem talento.

“Nós precisamos escutar a poesia e valorizar a profissão poeta. É um convite aos moradores de Brasília e de todas as Regiões Administrativas a conhecerem a poesia que temos aqui. A partir do momento que colocamos o nosso projeto na rua, as pessoas saem de seus prédios, podem se juntar a moradores de rua e todo mundo aprecia junto. Poesia tem que sair de dentro. O reconhecimento da profissão poeta é uma forma de justiça social”, aponta Elisa.

A escolha dos pontos onde acontecem as apresentações não foi por acaso. Como a inclusão foi um dos pontos chaves para a criação do projeto, os lugares tinham que ser acessíveis, abertos ao público e de preferência simbólicos para a cidade. “Brasília foi pensada e feita para ser usada. Esse projeto também é uma forma de valorizar os espaços que temos na cidade. A exemplo da Igrejinha de Fátima que é devoção e reza boa na asa sul e faz parte do espaço natural da cultura de Brasília”, destaca a idealizadora.

Durante as apresentações algumas homenagens serão dedicadas a personagens de Brasília que valorizam e disseminam, tanto hoje como no passado, a arte e poesia. Vera Brant, escritora e uma das pessoas mais influentes e participativas de Brasília, Tânia Montoro, doutora em comunicação da UNB, e Chiquinho, dono do Beirute, estão entre os homenageados.

O projeto Bossa & Poesia conta com o fomento da Secretaria Especial de Cultura e Economia Criativa e com a realização do Instituto Rosa dos Ventos.