Distrito Federal tem 48 mil imóveis disponíveis para compra da casa própria

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O anúncio feito pela Caixa Econômica Federal, na última terça-feira, de queda de um ponto percentual nos juros para compra de casa própria, movimentou o mercado imobiliário. Especialistas preveem um crescimento para os próximos meses, principalmente porque a queda na taxa de financiamento foi acompanhada por outros bancos. Só no Distrito Federal, os interessados em comprar imóveis têm à disposição 48 mil unidades, entre novas e usadas, segundo a Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF).

A advogada Andrea e o professor João Rezende estão à procura de um apartamento para morar. A casa que possuem não satisfaz mais as necessidades. “Os filhos estão morando fora de Brasília, precisamos de um lugar mais prático”, explicou Andrea.

O professor afirma que a procura não é de agora. Eles esperavam uma melhora no mercado para venderem a casa onde moram, a fim de comprar um imóvel mais adequado, de preferência à vista. “Se não for possível, vamos recorrer ao financiamento, e essas novas taxas tornam um pouco mais fácil a decisão.”

Atento ao recuo dos juros, João e Andrea estão próximos de fechar negócios. Não antes, entretanto, de se informar sobre custos adicionais que podem aparecer na hora de fechar o contrato. “Encontramos um imóvel que está dentro do que desejávamos e as taxas dos bancos estão bem parecidas umas com as outras”, disseram.

Para o sócio da Lotus, Luís Felipe Hernandez, 28 anos, o mercado imobiliário no geral está otimista por causa da redução dos juros e pelo fato de a Selic estar em baixa. “Isso acaba movimentando o mercado. Estamos voltando devagar a ter investimento”, afirmou. Para ele, o principal problema enfrentado pelo setor era a insegurança jurídica, porém, agora, com a iminente aprovação da reforma da Previdência, Hernandez vê um território muito mais propício para os empreendimentos imobiliários.

Marcos Melo, professor de finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), considera que a hora é boa para quem quer comprar imóvel, pois as taxas baixaram. A redução, segundo ele, facilita o processo para o consumidor e dinamiza o mercado imobiliário, pois “a construção civil é um setor que acaba impulsionando a economia”.

O professor do Ibmec alerta, entretanto, que é preciso planejamento e informação antes de tomar decisão de compra. “Pesquisar o que há no contrato em relação a garantias, pagamentos, seguros e outras taxas é importante.” Negociar e checar as diferentes oportunidades em cada banco é uma boa ideia, assim como estar por dentro do movimento do mercado pode ajudar na hora de escolher o local e o tipo de imóvel que é pretendido. “Com informação na mão é preciso identificar a renda e as prioridades, fluxo de caixa da movimentação familiar, valores da renda, gastos, manter uma linha de poupança e de economia mesmo assumindo uma prestação na conta”, afirmou Melo.

Segundo Pedro Fernandes, especialista em mercado imobiliário e CEO da Beiramar Imóveis, a queda dos juros faz com que mais pessoas tenham acesso ao financiamento imobiliário. “A diminuição das taxas oferece oportunidade para quem estava receoso, pois os juros menores impactam diretamente no valor das parcelas.”

Ana Carolina Osório, advogada especialista em direito imobiliário, recomenda que “o consumidor fique atento se a instituição bancária, efetivamente, implementará a redução anunciada dos juros. Na opinião dela, é fundamental que o consumidor avalie, com extrema responsabilidade, a capacidade de honrar as parcelas do financiamento imobiliário, pois caso venha a enfrentar dificuldade no pagamento, poderá perder o imóvel para o banco.”

O presidente da Ademi-DF, Eduardo Aroeira, recomenda que o comprador faça simulações em várias instituições financeiras para escolher a melhor proposta de financiamento. “O ideal é pegar o caso concreto, com o valor a ser financiado e, nos sites de bancos, ver qual tem a menor prestação dentro do mesmo prazo”, disse.

Ovídio Maia, presidente do Secovi-DF, ressalta que a capital não tinha um estoque grande e que com a movimentação causada pela redução de juros dos financiamentos imobiliários, se percebe uma retomada da construção civil. “Tinha um vácuo grande no mercado e agora estamos recuperando os preços dos imóveis”, disse o presidente.

Com informações do Correio Braziliense

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