De acordo com os empresários do setor, o peso da carga tributária foi o maior obstáculo à atividade industrial brasiliense no primeiro trimestre do ano, assim como no último trimestre de 2018. Na Sondagem Industrial do Distrito Federal referente a março, os elevados tributos foram indicados como problema por 67% dos entrevistados, seguidos das altas taxas de juros (44%) e da inadimplência dos clientes (36%).
Para melhorar o ambiente de negócios no que diz tange à questão tributária, a Federação das Indústrias do DF (Fibra) defende a simplificação da legislação e a adesão às regras do Centro-Oeste, com base no Convênio ICMS nº 190/2017, que permite a reprodução de incentivos fiscais relativos ao ICMS adotados por estados da mesma região.
A pesquisa mostra ainda que o descontentamento com a situação financeira da própria empresa e com as margens de lucro aumentou. O índice de satisfação com a situação financeira passou de 45,3 para 42,2 pontos de um trimestre para o outro. Já o índice de margem de lucro operacional caiu de 42 para 38 pontos. Pontuações abaixo de 50 indicam insatisfação.
Como o feriado de carnaval neste ano foi em março, o número de dias úteis do mês foi menor e ajudou a derrubar o indicador de produção para 48,2 pontos – 5,2 a menos do que em fevereiro e 4 abaixo do mesmo mês do ano passado. O parque fabril operou com 61% da capacidade instalada no terceiro mês de 2019, 6 pontos percentuais a menos do que em fevereiro.
O emprego na indústria, por sua vez, ficou estável. O índice de evolução do nível de emprego permaneceu em 46,9 pontos em março. A última vez que esse indicador ficou acima da linha de 50 pontos foi em novembro de 2018, quando registrou 53,1 pontos, o melhor resultado do ano passado.
Diante desse cenário, os empresários não estão otimistas para os próximos meses. A intenção de investimentos, que está abaixo de 50 pontos desde dezembro, registrou a menor pontuação de 2019: 35,5 pontos em abril. O indicador de expectativas de empregos caiu de 59,3 pontos em março para 57,2 em abril. A demanda por produtos permaneceu acima da linha divisória, mas também diminuiu: passou de 66,5 para 63,2 pontos.
A Sondagem Industrial do Distrito Federal é realizada mensalmente pela Fibra e pelo Instituto Euvaldo Lodi do DF (IEL-DF), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Coleta de empresários informações sobre a indústria brasiliense e as perspectivas para os seis meses seguintes. Os últimos dados foram levantados em abril.
Texto originalmente publicado no site do Sistema Fibra.