A Casa do Cantador recebeu nesta quarta-feira (11) de manhã uma Cordelteca. A inaugeração foi marcada por apresentações de repentes e declamações de cordéis. A “Cordelteca João Melchiades Ferreira” é um espaço dedicado exclusivamente à literatura nordestina, iniciativa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec), reuniu autoridades e comunidade que celebraram em clima especial a tradição popular.
A cordelteca já nasce sendo considerada como um dos maiores centros literários exclusivos para a narrativa que conta as histórias do homem do sertão. Com um acervo que contabiliza cerca de 1500 livros e livretos arrecadados por escritores e entusiastas da literatura do gênero, a biblioteca de cordel teve todas as suas obras catalogadas pelo Sistema Integrado de Bibliotecas, que possibilita consulta e reserva dos exemplares pela internet.
“É de uma imensa felicidade anunciar que a nossa Cordelteca da Casa do Cantador será um dos maiores espaços de literatura nordestina do país”, comemorou Aline Ferrari, gerente de acervos da subsecretaria do Patrimônio Cultural da Secec.
Segundo o administrador de Ceilândia Marcelo Cunha, é muito importante ver a Casa do Cantador em pleno funcionamento, de um modo organizado e alegre, assim como são os costumes do povo nordestino.
“É uma honra receber esta inauguração em minha gestão como administrador da Ceilândia. Agradeço ao secretário Adão Cândido por uma inciativa que valoriza a tradição de uma das cidades com a maior cultura nordestina presente no do Distrito Federal”, completou.
Homenagem e reconhecimento
Nomeada de João Melchíades Ferreira da Silva (1869-1933), a Cordelteca presta homenagem a um dos cordelistas mais populares do país. O poeta e romancista paraibano é autor de uma das versões mais populares de cordéis, o “Romance do Pavão Misterioso”.
O espaço literário ainda ganhou como decoração um painel do artista plástico Valdério Costa, com xilogravuras que incluem a representação do personagem mais marcante da carreira do escritor homenageado, o pavão.
O secretário Adão Cândido manifestou otimismo e alegria pela importante entrega à população nordestina presente no Distrito Federal, que tem como uma de suas principais referências culturais a Casa do Cantador, única obra de Oscar Niemeyer fora do Plano Piloto.
“Esse local tem como papel homenagear a cultura fundante da nossa capital. O cordel se preservou na cultura nordestina e veio com os fundadores da nossa cidade. Para nós, é uma grande honra celebrar essa inauguração, e tenho como compromisso da gestão manter viva a tradição desta casa”, contou.
Um dos responsáveis pela intervenção da Secec, o subsecretário de Patrimônio Cultural Demétrio Carneiro explicou que a criação de uma biblioteca especializada valoriza toda a comunidade local, que tem entre seus fundadores os candangos da Região Nordeste do país.
“Esta iniciativa, além de valorizar a tradição nordestina latente no Distrito Federal, estimula a formação de cordelistas da nova geração. Este projeto funciona como estratégia para a valorização da cultura nordestina”, celebrou.
Com informações da Agência Brasília