Por ser o primeiro elemento identitário, o nome de uma marca é de extrema importância, afinal além de ser a expressão da empresa, o seu nome é o que se associa ao imaginário do público.
O Facebook Inc., empresa detentora da rede social homônima, do Instagram e do serviço de mensagens WhatsApp, decidiu mudar o nome da empresa e passará a se chamar Meta, conforme anunciado por seu fundador e CEO, Mark Zuckerberg, nesta quinta-feira durante o Facebook Connect, evento anual da empresa.
Oficialmente o novo nome é em referência a ‘metaverso’, tecnologia de realidade virtual que se tornou uma grande aposta da gigante de tecnologia para revolucionar a internet. A empresa recentemente anunciou um investimento global de US$ 50 milhões em pesquisas e programas parceiros para o desenvolvimento deste produto. Para o CEO, o metaverso é o futuro da internet e vale ressaltar que nenhuma outra empresa investe tanto em realidade virtual quanto a de Zuckerberg.
O CEO defendeu que o nome Facebook não abrange tudo o que a empresa faz.
“No momento, nossa marca está intimamente ligada a um produto só. Mas, com o tempo, espero que sejamos vistos como uma empresa de metaverso.”.
Fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg
Contudo, é possível encontrar outro cenário em relação à mudança de nome do Facebook para Meta. O novo nome faz parte de um movimento de reformulação da marca que passa por uma crise de relações públicas e visa descorrelacionar a empresa a esses escândalos recentes.
Nas últimos tempos, o Facebook vem sofrendo críticas depois que documentos internos revelaram o efeito tóxico de uma de suas redes, e mais recentemente a denúncia de uso de algoritmo que facilitava propagação de informações falsas e negligência à saúde mental dos jovens, além de supostas práticas monopolistas. E mesmo que Zuckerberg não tenha abordado a polêmica durante seu discurso, a mudança de nome não parece alheia à crise. E acaba chamando a atenção por isso.
Investimento em Branding
Seja por problemas reputacionais ou reposicionamento de marca, a mudança de nome é uma prática comum entre grandes empresas, e às vezes, é uma estratégia necessária.
No Brasil algumas empresas passaram por esse processo de troca de nome, cujo motivo da alteração estava ligado ao novo foco de atuação. Exemplo disso são as varejistas Magazine Luiza, que agora é Magalu, a Via Varejo que se tornou apenas Via e as Lojas Americanas que retirou o “lojas” deixando Americanas. Ambas procuraram passar a imagem de que o foco vai além do universo do varejo, magazines ou lojas físicas, englobando uma gama maior de público.
Embora tudo isso esteja atrelado a estratégia de cada marca, em relação à Meta Inc. a pergunta que fica é: será que a manobra usada pelo Facebook com a mudança de nome será suficiente para melhorar sua reputação e transmitir de fato a direção para qual a companhia está indo? Essa resposta virá com o futuro. E cabe a nós, apenas esperar e acompanhar.
