Mesmo a pandemia de coronavírus tendo reduzido a procura por exames diagnósticos eletivos em 2020, o Fleury (FLRY3) conseguiu reportar lucro líquido de R$ 139,5 milhões no quarto trimestre de 2020, um avanço de quase 150% sobre o mesmo período do ano anterior. O grupo também seguiu crescendo através da compra de outras marcas, como a Clínica de Olhos Moacir Cunha, entre outras — e prometeu acelerar este processo de consolidação em 2021.
“Eu posso dizer que a nossa área de M&A [fusões e aquisições, na sigla em inglês] nunca trabalhou tanto como ela está trabalhando neste momento. São muitas oportunidades, muitos serviços que a gente está fazendo negociação para fazermos a aquisição. (…) Continuamos muito ativos nesse setor, não só no nosso core business, medicina diagnóstica, mas também em outros serviços ambulatoriais”, disse Carlos Marinelli, CEO do grupo.
Segundo Marinelli, a estratégia da companhia é olhar para o ecossistema de saúde e executar sua vocação ambulatorial.
“Eu estou falando de a gente identificar pontos na cadeia de valor em que a gente acredita que pode fazer melhores serviços, acredita que aqueles serviços são importantes, desenhar o desenvolvimento e a aquisição desses serviços e conectar esses serviços no nosso ambiente por informação, com uma jornada integrada do cliente. (…) Tem um valor imenso para ser destravado”, disse.
O CFO do Fleury, Fernando Leão, afirmou que a empresa está pronta para acelerar as aquisições neste ano.
“Estamos com a estrutura de capital preparada para isso, tanto em termos de posição de caixa quanto em termos de saúde financeira para nos alavancarmos mais e buscarmos todas as operações que façam sentido para o nosso crescimento. Podem esperar uma aceleração muito forte nossa em M&A em 2021”, disse.
Os executivos falaram ainda sobre o novo centro de medicina reprodutiva do grupo, sobre a Cuidar Digital, a plataforma de teleconsulta aberta a qualquer médico, sobre a Pupilla, a plataforma digital de educação médica do grupo, sobre o Saúde iD, o marketplace de saúde que começou a venda direta ao consumidor final de assinaturas para quem não tem plano de saúde, e sobre o recém-lançado Sommos DNA, voltado para testes genéticos.
Segundo eles, os testes de Covid-19 ajudaram o balanço do grupo em 2020, mas mesmo sem considerá-los o Fleury teria apresentado crescimento no ano passado. Marinelli falou ainda sobre a demanda do setor para poder comprar vacinas contra o coronavírus, embora o projeto em análise em Brasília não esteja prevendo a possibilidade de comercialização do produto. E Leão comentou sobre a continuidade do pagamento de dividendos em 2021.
Assista:
A entrevista faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, no qual CEOs e outros executivos importantes de empresas da Bolsa comentam os balanços do quarto trimestre de 2020 e o desempenho anual das companhias, e falam também sobre perspectivas.
Com informações InfoMoney
