No DF, material escolar vai pesar no bolso

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De acordo com o Sindipel, itens como cadernos, lápis, borracha e livros tiveram aumento de 9%. (Imagem: Freepik)

Após a crise gerada pelo novo coronavírus, a estimativa é de aumento em cerca de 9% neste ano referente aos materiais escolares, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do Distrito Federal (Sindipel-DF).

Segundo o presidente da entidade, José Aparecido, o aumento se deve à falta de matéria-prima no mercado interno e ao aumento da cotação do dólar. “Muitos produtos são importados, então são pagos na data da compra e tiveram um realinhamento de preço”, disse.

O desafio neste período de vendas 2020/2021 é que os resultados sejam os mesmos ou, no melhor cenário, um pequeno crescimento no faturamento em relação ao período de 2019/2020. Tudo depende, porém, do retorno presencial ou não das aulas.

“Temos a esperança também de que as aulas voltem a ser feitas presencialmente. Com as aulas on-line, o movimento diminui bastante, então esperamos que haja um reaquecimento do setor”, afirmou José.

Na papelaria ABC, localizada no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), o movimento das vendas caiu cerca de 50% em comparação ao mesmo período do ano passado. “Ou caiu até mais”, segundo o gerente João Moura, justamente pela dúvida quanto à volta às aulas. Conforme explicou, janeiro e fevereiro costumavam ser os melhores meses de vendas, com crescimento em torno de 10% a 20%. Mas este ano a expectativa é baixa.

“Mesmo havendo aulas presenciais, acredito que o movimento não será como o do ano passado. Pode ser que melhore com um cronograma definido, mas não será o mesmo. […] Muitos pais que compraram material no ano passado não usaram durante o ano. A demanda e a compra estão bem baixas”, ponderou o gerente.

O que também atrapalha, conforme explica o gerente, são os preços de revenda, que precisam ser readequados e desanimam o comprador. A aposta está no estoque do ano passado.

“O que está chegando de produto novo vem com um aumento, mas não aumentamos o preço do que temos do ano passado – mantivemos os mesmos valores. O que vem dos fornecedores cresceu de 20% a 30%, a ponto de um cliente de cadernos preferir comprar comigo para revender em Ceilândia do que comprar nos atacados, onde o preço estava mais caro”, disse.

A recomendação do Sindipel é que as compras não sejam feitas de última hora, uma vez que muitos produtos do período de volta às aulas do ano anterior podem ser encontrados pelos mesmos preços. “Não deixando para última hora também não há o risco de aglomerações dentro das lojas”, também ressaltou o presidente da entidade.

Helena Carneiro Albuquerque, 38 anos, mãe de Oto e Caio, de 13 e 8, foi à ABC para adiantar as compras de materiais escolares dos filhos. O reflexo dos empecilhos do setor de papelarias não foi reparado pela funcionária pública, que aproveitou os preços taxados ainda do ano passado. “Notei que os livros se tornaram mais caros, mas os materiais de canetas, borracha, cadernos estão no mesmo preço que costumo comprar”, afirmou.

Como grande parcela de alunos do DF, Oto e Caio passaram pela experiência do ensino remoto no ano passado, mas, assim que as aulas presenciais voltaram a ser possíveis na escola em que estudam, retornaram. “No ensino remoto eles quase não usaram os materiais [cadernos e canetas], mas mesmo no presencial o uso tem sido menor”, disse a mãe, que prefere levar os filhos à escola.

Com informações do Jornal de Brasília

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