Conheça a Babalong, marca brasiliense que caiu no gosto da cantora Anitta

No momento, você está visualizando Conheça a Babalong, marca brasiliense que caiu no gosto da cantora Anitta

Acordar, coçar os olhos, alcançar o celular. O brilho da tela irrita o olhar, que aos poucos se acostuma com a luminosidade. Depois de checar as mensagens de WhatsApp, uma rápida olhada no Instagram. Algumas marcações, curtidas, comentários, nada de novo.

No inbox, mensagens corriqueiras, típicas do dia a dia de uma pequena marca de roupas da cidade-grande. Fulano perguntou sobre os preços da nova coleção, Beltrano quer saber como funciona o envio, e Sicrano enviou vários emojis em resposta aos stories. Mas peraí, o que é esse recado escondido aqui no meio? Seria possível?… Anitta!?

Enviado pela produção da cantora, o comunicado endereçado à grife brasiliense Babalong chegou numa quarta-feira, 18, em julho, e foi razão de um mega-salto na carreira dos sócios Heitor Alencar, Débora Alencar, Thais Tibery e Victor Galeno. Responsáveis por assinar diversos looks exclusivos da cantora – incluindo o conjunto amarelo usado em show histórico com o grupo Black Eyed Peas, no Rock In Rio – o quarteto recebeu GPS|Lifetime para uma conversa sobre moda, sucesso e respostas para a pergunta que não cala: “Como uma marca brasiliense com menos de um ano de operação conquistou o guarda-roupa de uma das artistas mais famosas do País?”

Para entender a história, é necessário voltar ao ano de 2008 – muito antes do fenômeno do Instagram e do ‘Furacão Anitta’. Vivendo uma temporada na China, Heitor não demorou a se apaixonar pela cultura de Xangai. Cores, formas, a textura do acetinado… tudo acrescentava sabor à sua já apimentada personalidade de ‘brasiliense baiano’. Fruto de uma mistura entre Brasília e Porto Seguro, o empresário se deixou infectar pelos estilos da Ásia, e, tomado por uma vontade de criar algo novo a partir dessa miscigenação, ligou logo para a irmã, Débora. “Quero criar uma marca de camisetas”.

Ela, prontamente, topou a ideia. “Entramos em contato com um ilustrador de Rio de Janeiro e ele começou a desenhar nossas estampas exclusivas. Elas são muito únicas, muito fortes e muito vívidas”. A partir daí, noites perdidas, posts promocionais e muito trabalho hoje somam os meses que transformaram uma pequena parceria entre irmãos numa grife celebrada.

Atualmente, a marca vai além da inicial camisaria e produz shorts, vestidos, luvas e até um brinco de LED cuja bateria faz brilhar por até três dias. “Anitta quase entrou no palco usando ele! Postou uma foto antes do show, ficamos muito animados”, contou Thaís, cuja posição na empresa vai de coordenadora criativa a vendedora, tudo-junto-e-misturado.

O processo de criar para a carioca é o seguinte: a pedido do stylist de Larissa, André Philipe, Victor – o designer da casa -, desenvolve os croquis cheios de bossa e envia de volta à produção. Após avaliação da equipe da cantora e da própria, os desenhos selecionados partem para confecção.

Os figurinos são desenvolvidos em variados ateliês da cidade – Asa Norte, Gama, Recanto das Emas… – e passam por um crivo rígido a oito olhos. “A gente não parava! Eram peças que a gente nunca tinha feito antes. Foi um processo”, confessa Débora, relembrando a primeira dezena de outfits que projetou para a ‘malandra’. “Já chegamos a enviar o look direto para o show! Chegando em poucas horas antes da apresentação”, conta.

Exigente, a hit maker já deu vários vetos. Se há algo que não usa? “Latex e neoprene não passam! Ela gosta de roupas curtas, fáceis de usar, que não a deixem presa”. De fato, para dançar o ‘bola rebola’ nos palcos, a compositora faz questão de estar a bordo de roupas que dialoguem com seus passos de dança bem ‘malandros’. “Ela não quer ‘closar’, ela quer se jogar!”, conclui Victor.

Mas não é só à musicista de Honório Gurgel que a criatividade da grife se restringe. Adeptos da filosofia “moda é uma experiência”, os proprietários não são do tipo de ‘ter frescura’ – todos colocam a mão na massa. “Não sou fotógrafo profissional, mas eu que clico nossos ensaios. Chamo a galera, vamos para um barzinho ou para qualquer lugar bacana e fotografamos. Gosto de coisas verdadeiras”, explica Alencar. “É muito mais do que o ‘bonito’, a Babalong é um espírito”.

Para o futuro, planos ambiciosos correspondem ao crescimento súbito da label. “Não tenho planos pequenos. A Babalong não segue tendências, são peças atemporais. Produções de outros artistas entraram em contato e estamos animados com isso, mas nosso propósito é criar algo que se guarde, é contar uma história.”

A matéria foi originalmente publicada no GPS Lifetime | Na foto:  Débora Alencar, Thais Tibery, Victor Galeno e Heitor Alencar

Deixe um comentário