Test Subjects, O Último Teste, Libertação Animal e, agora, Save Ralph. Essas são algumas das produções cinematográficas lançadas para discutir os direitos dos animais e aumentar a conscientização sobre torturas às quais os bichinhos são submetidos ao serem realizados testes para comprovar a eficiência de produtos, como medicamentos e cosméticos.
No universo dos produtos de beleza, a procura por cosméticos veganos é uma forte tendência. Além da proibição de testes feitos em animais em 40 países, marcas como Lush, L’Oréal e Avon estão trabalhando em conjunto com a HSI (Humane Society International) para que a prática cruel seja banida em todo o Brasil.
Unindo a preocupação com os bichos e com os problemas que alguns ingredientes presentes em produtos convencionais podem gerar à saúde, a procura por cosméticos veganos aumentou, assim como as dúvidas em relação ao assunto.
Por isso, o GPS|Lifetime conversou com a farmacêutica herdeira da Farmacotécnica, Rogy Tokarski, para esclarecer alguns pontos. E o Brasília Empresas trouxe para você conferir. Saiba mais!
O que exatamente são os cosméticos veganos?
Cosméticos veganos são produtos de higiene ou beleza, elaborados sem ingredientes de origem animal. A formulação final ou algum de seus componentes não pode ter sido testado em animais.
Estes cosméticos têm os mesmos efeitos dos convencionais?
Sim, dependendo da habilidade de quem formulou. Hoje, o mercado mundial conta com diversos ingredientes que têm a performance igual ou melhor do que os produtos não-veganos.
Os cosméticos veganos costumam ser mais caros?
Usualmente são mais caros, embora não precisem ser. O preço um pouco mais elevado tem a ver com as fórmulas mais funcionais e diferenciadas. É como se, ao formular um produto vegano, o formulador “caprichasse mais” para “provar” que um produto vegano pode ser tão bom quanto outro tipo de produto.
Todo cosmético vegano é natural?
Não. Para um produto ser considerado natural, precisa utilizar 95% matérias-primas de origem natural. Os 5% restantes podem conter elementos sintéticos, desde que autorizados para uso cosmético no País. Também não podem ser testados em animais.
Como são testados estes produtos?
Para substituir os testes em animais, podem ser realizados testes em laboratório ou em humanos. São exemplos de testes: cultura de células fora dos organismos vivos e aplicação em tecidos sintéticos semelhantes aos dos humanos. Além disso, existem bancos de dados que ajudam a predizer possíveis efeitos indesejados, a partir de literaturas geradas anteriormente.
Estes produtos são mais indicados para quem tem a pele sensível?
Apenas o fato de ser vegano não garante ausência de potencial irritante e, portanto, não classifica o produto como um produto para pele sensível. O cosmético vegano atende um público que, por filosofia, não quer derivados de animais para seu consumo, ou que é contra a crueldade animal.
Foi pensando nessa demanda que a Farmacotécnica criou a linha Suav Derm. No desenvolvimento dos produtos, que levou cerca de dois anos, além de retirar produtos de origem animal, a empresa eliminou de sua lista de ingredientes 56 substâncias que, no Brasil, são reconhecidas como haptenos – comumente chamados de alérgenos.
Cosméticos veganos são os mais indicados para celíacos ou pessoas com outras condições?
Não. O celíaco pode manifestar problemas na pele devido à ingestão do glúten. Usar glúten na pele, embora pouco provável, não teria capacidade de gerar reações na pele do celíaco.
A validade dos produtos veganos são menores que a dos comuns?
Não. Os produtos veganos permitem a utilização de uma gama ampla de ingredientes, permitindo sua adequada conservação. Os cosméticos naturais, por sua vez, são mais difíceis de conservar, o que pode levar a uma validade reduzida.
Com informações GPS | Lifetime
